'Não cabe ao ministro obstruir investigações da Justiça', diz Moro
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou hoje que não cabe ao cargo que exercia o papel de "obstruir investigações" que envolvessem supostos crimes dos filhos do presidente da República.
"Não cabe também ao Ministro da Justiça obstruir investigações da Justiça Estadual, ainda que envolvam supostos crimes dos filhos do Presidente. As únicas buscas da Justiça Estadual que conheço deram-se sobre um filho e um amigo em dezembro de 2019 e não cabia a mim impedir", escreveu ele em seu perfil do Twitter.
A mensagem foi em resposta às declarações dadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após a divulgação do vídeo de reunião ministerial de 22 de abril, citada por Moro em depoimento à PF no inquérito que corre no STF (Supremo Tribunal Federal).
Na entrevista concedida por Bolsonaro no início da noite, o presidente chegou a afirmar que corria risco de "busca em apreensão na casa de filho meu, onde provas seriam plantadas".
"Moro, eu não quero que você me blinde. Mas você tinha a missão de não deixar eu ser chantageado. Nunca tive sucesso para nada. É obrigação dele me defender. Não é defender de corrupção, de dinheiro encontrado no exterior, não. É defender o presidente para que ele possa trabalhar e ter paz", disse Bolsonaro.
Reunião ministerial
A reunião ministerial de 22 de abril está no centro de um inquérito aberto no STF, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), para apurar as declarações de Sergio Moro no dia em que pediu demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O ex-ministro denunciou uma suposta interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal com a exoneração do então diretor-geral Maurício Valeixo.
O vídeo é considerado como uma das principais provas para sustentar a acusação feita por Moro de que o presidente tentou interferir no comando da PF e na superintendência do órgão no Rio, fatos esses investigados no inquérito relatado pelo decano do STF.
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