Liderado por alvo do STF, grupo faz ato com tochas e máscaras contra Moraes
O grupo bolsonarista autodenominado "300 do Brasil" fez ontem um protesto em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) (veja o vídeo abaixo), depois de sua principal porta-voz, Sara Winter, ter sido alvo de mandado de busca e apreensão relacionado ao inquérito das fake news conduzido na Corte na última quarta-feira (27).
Com uma faixa onde se lia "300", o grupo marchava carregando tochas e alguns usavam máscaras que cobriam todo o rosto. Apesar do nome do grupo, o ato reunia poucas dezenas de pessoas. Seguidos por Sara, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito.
"Viemos cobrar, o STF não vai nos calar. Careca togado, Alexandre descarado. Ministro, covarde, queremos liberdade. Inconstitucional, Alexandre imoral", repetiram várias vezes.
Após a ação da Polícia Federal nesta semana, Sara falou em "infernizar" a vida de Moraes e em "trocar socos" com ele. "Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor", afirma ela, em vídeo que circula no Twitter.
"A gente vai infernizar a tua vida. A gente vai descobrir os lugares que você frequenta. A gente vai descobrir as empregadas domésticas que trabalham pro senhor. A gente vai descobrir tudo da sua vida. Até o senhor pedir pra sair. Hoje, o senhor tomou a pior decisão da vida do senhor", ameaça a ex-Femen, que hoje é ativista contra o aborto.
No início do mês, o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) entrou com uma ação civil pública na Justiça pedindo o fim do acampamento "300 do Brasil" na capital federal ou em qualquer outra parte do país.
O grupo foi chamado de "milícia armada" pelos procuradores, que também pediram urgência na decisão judicial, busca e apreensão, e revista dos integrantes.
Sara é citada como alvo da ação civil pública. O Ministério Público citou ainda que a ativista já admitiu a presença de armas no acampamento bolsonarista. Em entrevista à BBC Brasil, ela disse que o armamento serve para "proteção dos próprios membros do acampamento".
Nas redes sociais, o grupo foi acusado de utilizar símbolos inspirados nos supremacistas brancos norte-americanos. Muitos viram semelhanças com as marchas realizadas pelo grupo racista Klu Klux Klan, nas quais os membros usavam túnicas e máscaras brancas e empunhavam tochas.
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