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Presidente do TSE defende combate às fake news como defesa da democracia

Luiz Roberto Barroso, ministro do Supremo e presidente do TSE - Foto: Carlos Moura / STF
Luiz Roberto Barroso, ministro do Supremo e presidente do TSE Imagem: Foto: Carlos Moura / STF

Do UOL, em São Paulo

04/06/2020 18h24

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luis Roberto Barroso, disse hoje que o combate às fake news são uma ferramenta de defesa da democracia. Em entrevista à CNN Brasil, o ministro do STF afirmou que não entraria no mérito do caso do inquérito instaurado pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e atualmente conduzido por Alexandre de Moraes na corte, mas falou sobre a importância do tema.

"Sem entrar no mérito do inquérito, o combate à fake news é indispensável, a democracia vive de ideias e opiniões. Milícias que criminosamente difundem mentiras ofensivas e destrutivas das pessoas e instituições não estão exercendo liberdade de expressão. São bandidos e muitas vezes remunerados. Portanto, são mercenários. Pagos ou com dinheiro vivo ou com publicidade para tentar destruir a democracia", disse Barroso.

Questionado sobre as tensões políticas provocadas pelo inquérito, que teve uma operação da Polícia Federal nas casas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no fim de maio, Barroso disse que a crise foi causada mais por outro inquérito que corre no Supremo.

"O inquérito que de certa forma, mais pela linguagem que pelo conteúdo trouxe algum tipo de acirramos de ânimos não foi esse, foi o inquérito instaurado bem posteriormente, conduzido pelo ministro Celso de Mello, quando ele intimou alguns ministros, algumas pessoas se sentiram ofendidas", afirmou o presidente do TSE, em referência à investigação de uma possível interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal a partir de declarações do ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública).

Avançando sobre o tema da crise política, Barroso criticou a tentativa de incluir as Forças Armadas no debate, o que ele chamou de "imprópria". "Elas não apoiam e nem desapoiam um governo, não é esse o papel delas", afirmou o ministro.

Barroso ainda fez críticas às manifestações antidemocráticas que pediram o fechamento do STF e do Congresso e contaram com a presença de Bolsonaro.

"O que trouxe preocupação a mim, eu raramente me manifesto sobre o fato político do dia, foi aquela manifestação de algumas semanas atrás na porta do quartel do exército que se pedia o fechamento do Congresso e o fechamento do STF, e que teve a participação do presidente da República. Manifestações privadas, sem violência, fazem parte da liberdade da expressão. Mas o incitamento às forças armadas para intervirem é algo muito grave, e só pode desejar a volta da ditadura quem perdeu as esperanças ou tem saudade de um passado que não existe", disse.