Bolsonaro erra desde início da pandemia e estou 100% com Doria, diz Kassab
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, fez hoje duras críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a respeito do combate à pandemia do novo coronavírus. Em participação no UOL Entrevista de hoje, Kassab afirmou que Bolsonaro cometeu erros desde o primeiro momento da questão, especialmente nas trocas no Ministério da Saúde.
"Desde o primeiro momento acho que o presidente erra nesta questão. Acho imperdoável o sentimento que ele passa de que não está preocupado com a vida das pessoas. Não acredito que ele seja assim, não é possível. Mas ele está errando na comunicação. Isso causa baixa estima do país, um país que tem esse pressentimento... Ele está errando na comunicação. Onde o mundo inteiro pratica o distanciamento, não é possível que só ele esteja certo", disse o ex-prefeito de São Paulo.
"Fui contra a demissão do (ministro Luiz Henrique) Mandetta, que fazia um bom trabalho. Não é só agora que estou me manifestando — mais uma vez discordo radicalmente e acho que esse atual ministro (Eduardo Pazuello), que não conheço, pelas informações que eu tenho, tem feito um bom trabalho. O que atrapalha são posições dos outros. Não sei no domingo, se ele foi a favor da omissão de dados, não tem meu respeito nesta questão. Mas em relação à gestão do ministério na crise, a referência que tenho é positiva. Mas o Mandetta não deveria ter sido demitido, fazia um bom trabalho", acrescentou.
Kassab ainda deixou claro que, embora o PSD se aproxime da base de apoio de Bolsonaro, o partido tem liberdade para fazer críticas ao Governo e inclusive para apoiar eventuais adversários — como é o caso do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Neste cenário, Kassab diz estar "100% com Doria" nas ações de combate à pandemia.
"Eu sou de São Paulo. Sempre morei aqui. Nada mais natural que o partido em São Paulo — onde eu presido, mas estou licenciado — ter suas posições. Nós apoiamos o governo Doria e integramos o governo Doria. Me licenciei (do posto de secretário da Casa Civil) de acordo com o governador. Mas o PSD integra o Governo. No plano nacional, que é um conjunto de decisões de todos os estados, o partido tem uma posição de independência", explicou.
Independência
Apesar do apoio indicado em diferentes setores, Kassab afirmou que o plano do PSD para 2022 é lançar candidatura própria à presidência da República, sem embarcar em coligações de outros partidos.
"O nosso esforço é ter uma candidatura própria. Não vou falar que queremos, porque o Brasil caminha para o partido ter candidato. Já selecionamos cinco nomes do partido, e quem quiser pode se somar a eles. Vamos correr o Brasil levando os cinco nomes", disse, listando os senadores Antonio Anastasia (MG) e Otto Alencar (BA), os deputados federais André de Paula (PE) e Fábio Trad (MS) e o governador Ratinho Júnior (PR) como potenciais candidatos.
*Participaram dessa cobertura Bruno Madrid, Emanuel Colombari, Flávio Costa e Talyta Vespa (redação) e Diego Henrique de Carvalho (produção)
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