Mandetta descarta impeachment, mas diz que Bolsonaro pagará por proposta
A aproximação dos partidos do chamado centrão à base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repete um movimento visto em governos anteriores, como os de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT). Até aqui, porém, não há indícios de que tais partidos possam de virar contra Bolsonaro em caso de um processo de impeachment, como aconteceu com Dilma.
A avaliação foi feita hoje por Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), ex-ministro da Saúde. Em participação no programa UOL Entrevista, conduzido por Tales Faria, Mandetta lembra que seu partido, então na oposição, viu o desembarque de diversas siglas que antes compunham a base petista no Congresso Nacional.
"Naquele momento, a gente assistia: se contasse quantos parlamentares tinha o PT, o Psol, o PCdoB, esses partidos e parlamentares tinham 140 e precisavam de (mais) 31 votos (na Câmara dos Deputados) para evitar o impeachment (...). Foi muito rápido que entenderam que tinham que sair do governo", relembrou.
"Agora, essa base fica observando quais são as suas possibilidades. Não acredito em impeachment, que não é bom para ninguém; seria melhor se iniciasse a troca de cargos e vai aumentando até o final. E aí o governo vai pagar pela sua proposta política", acrescentou.
Segundo Mandetta, a aproximação com o centrão afastou a possibilidade de um impeachment de Lula diante das denúncias do chamado Mensalão.
"Quando ela atingiu seu ápice no Lula II (2007 a 2010), acabou com ideologia, e gradativamente isso deu no que deu", analisou o ex-ministro, que acredita que o Brasil atual ficou "preso na polarização".
"Essa polarização já encheu, porque é ruim para todo mundo", acrescentou.
Participaram desta produção Arthur Sandes, Emanuel Colombari, Gustavo Setti, Mariana Gonzalez e Diego Henrique de Carvalho
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