Moro diz que abriu mão de pagamento como colunista para evitar "encrenca"
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro disse, ao final de seu texto publicado hoje pela Crusoé, que pediu a suspensão dos pagamentos combinados para exercer a função de colunista da publicação. O ex-juiz afirmou que continuará escrevendo a coluna semanal na revista de graça até uma decisão sobre a validade da remuneração.
O pedido de Moro vem na esteira de uma manifestação do ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), que pediu esclarecimentos sobre seus novos contratos de trabalho após um pedido do Ministério Público para suspensão do salário de aproximadamente R$ 30 mil do ex-ministro.
"Um procurador do TCU entendeu que eu não posso cobrar, durante o período de quarentena imposta por ter deixado o cargo de ministro, para escrever artigos, mesmo tendo a atividade sido autorizada prévia e expressamente pela Comissão de Ética da Presidência da República", disse Moro.
"Enquanto isso não é resolvido - e longe de mim querer encrenca com o TCU - pedi aos editores a suspensão dos pagamentos (ainda não havia recebido nenhum). Então, saiba o leitor que está lendo uma coluna escrita "pro bono". Posso até parafrasear o Chico Buarque e aconselhar o leitor: 'leia esta coluna que eu lhe dou de graça'", completou, parafraseando a canção 'Bom Conselho'.
Como deixou o governo federal, Moro tem direito a receber uma remuneração a posteriori pelo período de seis meses. Nesse período, chamado de "quarentena", integrantes da cúpula governista são proibidos de prestar serviços à iniciativa privada após sua demissão, exoneração ou aposentadoria em razão do seu conhecimento sobre informações privilegiadas.
A Comissão de Ética proibiu Moro de advogar durante a "quarentena", mas o autorizou a dar aulas e colaborar como articulista para jornal e revistas.
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