Deltan deixou claro que Lava Jato é um movimento político, diz Maia
Resumo da notícia
- Em debate na internet, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou a Lava Jato
- Ele classificou a operação de movimento político
- Segundo ele, o procurador Deltan Dallagnol deixou isso claro ao dizer à CNN que os ataques à Lava Jato podem ser para prejudicar Moro em 2022
- Maia tratou do fato ao falar que a lei de Fake News deve permitir punir seus financiadores
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o procurador da República Deltan Dallagnol deixou claro em entrevista à CNN que a Lava Jato é um movimento político.
"Ontem, o procurador Deltan deixou muito claro que [a Lava Jato] é um movimento político, pois ele disse que as ações contra a Lava Jato são para prejudicar a candidatura de Moro em 2022. Está muito claro qual o jogo que está sendo jogado. Depois o Moro foi no Estadão agredir o PGR", disse Maia em debate transmitido ao vivo pelo grupo de juristas progressistas Prerrogativas.
O que disseram Deltan e Moro
Maia se referiu a uma entrevista exclusiva de Deltan Dallagnol à CNN nesta sexta (3), na qual o procurador disse: "Com o desembarque do ex-ministro Sergio Moro da parte da Justiça, passou a interessar ao governo e aos seus aliados a desconstrução do ex-ministro Sergio Moro e da Lava Jato, de que ele é símbolo, pelo receio de que ele venha eventualmente a concorrer em 2022", afirmou o procurador.
Ao Estadão, Moro, por sua vez, chamou os ataques à Lava Jato de "revisionismo" e disse que "quem ataca a Lava Jato hoje eu sinceramente não entendo bem onde quer chegar".
Bolsonaro é subproduto da Lava Jato
Para Maia, a eleição de Bolsonaro em 2018 é um "subproduto do lavajatismo". Na avaliação dele, o campo que foi construído pelos defensores do combate à corrupção "acabou obrigado a agregar nele", muito mais pelo rápido crescimento da candidatura de Fernando Haddad, "que rapidamente atingiu 16%", disse.
Maia tomou partido na disputa entre o PGR e a Lava Jato e disse que o PGR tem direito de requisitar informações aos procuradores.
Para Maia, algumas autoridades do país são fiscalizadas e outras não e, em seguida, criticou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
"O CNMP tem que funcionar. Ali, nada acontece. Imagino que o PGR deve estar olhando isso", afirmou.
Fake news não decidiram eleição para Bolsonaro, diz Maia
A análise de Maia ocorreu durante fala que fez sobre o projeto de lei de fake news. No entendimento do presidente da Câmara, as fake news não devem ser consideradas como decisivas na eleição de Bolsonaro, mas como um elemento importante no processo de ataque às instituições democráticas.
Para Maia, a eleição de Bolsonaro é "fruto dos erros daqueles que comandaram o Brasil nos últimos anos ou décadas" e que a facada sofrida pelo hoje presidente teve um papel muito importante na eleição.
Maia defendeu a aprovação do projeto de lei das fake news e disse que é preciso que as investigações possam chegar aos financiadores das notícias falsas para punir os responsáveis. Ele voltou a defender a responsabilização de plataformas, dizendo que elas não querem esse debate porque "vivem desse radicalismo, dessa polarização".
Após uma série de impasses, a proposta avançou no Senado nesta semana e foi encaminhada para análise da Câmara. A expectativa é que o projeto seja analisado nas próximas semanas pelos deputados e que sejam feitas algumas mudanças no texto.
Citado pela imprensa como possível escolha de Maia para relatar o texto na Câmara, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), também presente na live, defendeu que as alterações ao projeto precisam ser feitas em acordo com o Senado. Entre os pontos que podem ser aprimorados citou a rastreabilidade dos serviços de mensagens, identificação das contas e a moderação por parte das plataformas, inclusive com a retirada de conteúdo.
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