Ex-secretário de Witzel se recusa a falar sobre fraude em contrato à Alerj
O ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos se recusou a responder às perguntas feitas por integrantes da Comissão Especial de Fiscalização da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) que apura supostos casos de corrupção durante o estado de emergência decretado por causa da pandemia do coronavírus, na manhã de hoje.
Orientado por seus advogados, Edmar —que já havia faltado a uma convocação— permaneceu em silêncio e afirmou não ter a obrigação de "produzir provas contra si". Durante mais de uma hora e meia, parlamentares fizeram questionamentos em relação a compras e contratos emergenciais da área da saúde e sobre a destinação de verbas para a construção dos hospitais de campanha.
Apesar disso, o médico permaneceu em silêncio e argumentou que já é alvo de uma investigação no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
"Quero declarar meu respeito à Alerj, mas não tive acesso integral aos elementos de prova do inquérito STJ, cujos fatos investigados dizem respeito àqueles pelos quais fui chamado aqui. Por isso, fui expressamente orientado pelos meus advogados para utilizar meu direito de silêncio", afirmou.
Presidente da Comissão, a deputada Martha Rocha (PDT) reagiu à opção de Edmar por permanecer calado.
"O seu silêncio é um soco nas mais de 10 mil vítimas da covid-19 no estado. Na sua biografia profissional haverá sempre essa mancha. A mancha da condução das políticas de saúde em meio à maior crise da saúde".
De acordo com fontes ouvidas pelo UOL, o ex-secretário pretendia faltar mais uma vez à audiência virtual. No entanto, compareceu à reunião por pressão da cúpula da Polícia Militar —ele é anestesista e tenente-coronel da PM.
Deputados fazem perguntas sobre OSs
Em seus questionamentos, os parlamentares da Comissão deixaram claras as suspeitas em relação aos contratos firmados pelo Governo do Estado com as OSs (Organizações Sociais) durante a pandemia.
Foram alvos de questionamentos
- A OS Iabas, que teve o seu contrato rompido para construção e administração dos hospitais de campanha;
- A OS Unir, que foi requalificada por Witzel e que pertenceria ao empresário preso Mario Peixoto;
- A OS OZZ que controla a gestão do SAMU;
- As nomeações com suposto interesse político feitas por Edmar durante a gestão da Secretaria de Saúde
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