PGR denuncia deputado bolsonarista que chamou Alexandre de Moraes de 'lixo'
A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou hoje o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelos crimes de difamação, injúria e coação no curso do processo.
O parlamentar, que é investigado pelo STF em inquérito que apura seu envolvimento em atos antidemocráticos, divulgou um vídeo em suas redes sociais com ofensas ao ministro Alexandre de Moraes, se referindo a ele como "lixo", "canalha" e "esgoto do STF".
Segundo a denúncia, o deputado federal fez, em 16 de junho e 5 de julho deste ano, duas transmissões ao vivo pela internet, nas quais imputou, por cinco vezes, fatos afrontosos à reputação de Moraes e, por 19 vezes, ofendeu a dignidade e o decoro do magistrado.
O parlamentar também é acusado de, nessas duas ocasiões, empregar violência moral e grave ameaça para coagir Moraes e, com isso, beneficiar a si mesmo e ao jornalista Oswaldo Eustáquio Filho.
"As expressões intimidatórias utilizadas pelo denunciado escapam à proteção da imunidade parlamentar e atiçam seus seguidores nas redes sociais, de cujo contingente humano já decorreram investidas físicas contra o Congresso e o próprio Supremo", afirmou o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.
Ex-vice-líder do governo
Na semana passada, por conta da repercussão do caso, Otoni de Paula entregou o cargo vice-liderança do governo. A decisão, segundo ele, foi motivada porque teriam tentado associar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a suas "opiniões" sobre ministro Alexandre de Moraes.
"Entreguei minha carta pedindo a minha saída, ainda que temporária, da vice-liderança do governo. Fiz essa carta justamente por entender esse jogo político contra o presidente, porque tentariam colocar minha fala como uma fala que estivesse representando o presidente, o Palácio do Planalto", explicou ele à Rádio Jovem Pan.
Questionado se as ofensas contra o ministro não teriam sido exageradas, o deputado disse que foi movido por uma "emoção muito forte", após ter conhecimento das proibições impostas ao jornalista Oswaldo Eustáquio, preso durante dez dias. O blogueiro também é investigado pelo STF.
"Fui movido pela indignação dos justos. Eu fiz o vídeo porque o ministro Alexandre de Moraes manteve um jornalista preso por cinco dias, depois renovou a prisão por mais cinco. Ele está impedindo um brasileiro de colocar o pão na sua mesa, até porque o trabalho do Oswaldo também é esse", defendeu.
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