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F. Bolsonaro deve depor na próxima segunda sobre supostos vazamentos na PF

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) fala ao celular no plenário do Senado - Pedro França/Agência Senado
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) fala ao celular no plenário do Senado Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

18/07/2020 20h21

A defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) informou hoje que o parlamentar deve prestar depoimento junto ao MPF (Ministério Público Federal) na próxima segunda-feira (20) no âmbito das investigações que apuram supostos vazamentos de operações da Polícia Federal, em especial a Furna da Onça, deflagrada em novembro de 2018. À época, a PF prendeu 22 pessoas, entre elas dez deputados estaduais da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Flávio Bolsonaro será ouvido por um procurador da República em Brasília, segundo sua defesa, em "condição de testemunha".

O filho "zero um" do presidente não estava entre os alvos da Furna da Onça, mas teria tido conhecimento prévio da operação segundo relatado em uma entrevista do empresário Paulo Marinho à Folha. Marinho é suplente de Flávio no Senado e cedeu sua casa para ser "quartel-general" da campanha do então candidato Jair Bolsonaro para a Presidência.

"Para que a verdade seja restaurada o mais rápido possível, o senador Flávio Bolsonaro marcou a data para depor junto ao Ministério Público Federal. A previsão é de que o depoimento ocorra na próxima segunda-feira (20/07), quando um procurador da República irá ao encontro do parlamentar, em Brasília. Flávio Bolsonaro prestará depoimento na condição de testemunha", diz nota da defesa encaminhada à reportagem.

Apesar de não ser alvo direto, relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontaram movimentações atípicas nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio em seu gabinete na Alerj. Os relatórios engrossaram investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro contra o gabinete de Flávio.

Os promotores afirmam que as chamadas "rachadinhas" (quando os funcionários do gabinete devolvem parte de seus salários ao parlamentar) eram constantes no mandato de Flávio, e que Queiroz chefiava as operações. Ele foi preso em Atibaia no dia 18 de junho e, após decisões da Justiça, está detido em prisão domiciliar.

No último dia 2, Queiroz prestou depoimento ao MPF (Ministério Público Federal) sobre os supostos vazamentos e afirmou que não recebeu informações prévias sobre a Furna da Onça. "Ele não afirmou que ele soubesse da Furna da Onça. Ele não sabe dizer se os outros não sabiam. Ele não sabe afirmar se houve ou não houve o vazamento", disse o procurador Eduardo Benones, responsável pela investigação no MPF, segundo reportado pela Folha no dia do depoimento.