Governador do RS critica governo, mas não se arrepende de voto em Bolsonaro
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou hoje em entrevista para o Roda Viva que não se arrepende de ter votado no então candidato a presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018, mas criticou as iniciativas do governo federal principalmente no combate ao coronavírus.
"Não tenho arrependimento porque, dadas aquelas circunstâncias, acho que seria muito ruim o retorno do PT ao poder, depois de tudo que tinha acontecido", opinou Leite no programa da TV Cultura.
Ele ainda disse que não deixa de manifestar as críticas a Bolsonaro, como fez nas últimas eleições, e pediu para que o presidente una o Brasil. Ele espera também que Bolsonaro esclareça posições quando "gera aglomerações, mobiliza em torno de pautas de enfrentamento ao STF [Supremo Tribunal Federal], ao Congresso e aos próprios estados".
"Declarei o voto, mas não deixei de exercer com muita clareza onde estavam minhas diferenças ao então candidato Bolsonaro, onde não tinha visto até aquele momento um pedido de desculpas sobre os absurdos falados no passado. O presidente tem que se unir o país, e não aprofundar a divisão", apontou.
Para Leite, a postura do Executivo foi contraditória durante a pandemia do coronavírus, principalmente sobre a falta de apoio no isolamento social.
"O isolamento é adotado por todo o mundo. [A proposta do] Governo não só foi de omissão, foi de confronto. O que levou mais dificuldade política. Dificulta para o povo, porque, para o governador, você tem que gerenciar um modelo. De outro lado não houve debate técnico, houve ideologização", declarou.
Possível candidato a presidente e papel do PSDB
Eduardo Leite já foi cotado como uma das opções do PSDB para concorrer à presidência, inclusive pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas ele afirma que nunca manifestou tal aspiração.
"Não é falta de apetite, tem que controlar a vontade de comer, tem que saber focar no presente. Não é sobre a próxima eleição, mas sobre o que posso fazer", analisou. O governador do Rio Grande do Sul disse ainda que, caso ele consiga bons resultados, "eventualmente" pode se colocar em uma posição "para outros voos".
Já sobre como deve ser o papel do PSDB no atual cenário brasileiro, Leite defende que a sigla seja "firme na defesa da democracia", na pauta social de inclusão e no respeito às pessoas — o que, para ele, já mostra diferenças em relação ao presidente Bolsonaro.
O governador não quer que o partido seja oposição no sentido de atrapalhar políticas públicas, especialmente em questões econômicas, mas "tem que fazer sua opinião ficar muito clara".
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