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Ex-mulher de Bolsonaro pagou R$ 95 mil em dinheiro por imóvel, diz jornal

Rogéria Bolsonaro é mãe dos três filhos parlamentares do presidente: Flávio, Eduardo e Carlos - Reprodução
Rogéria Bolsonaro é mãe dos três filhos parlamentares do presidente: Flávio, Eduardo e Carlos Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

11/08/2020 11h14Atualizada em 11/08/2020 15h24

Rogéria Bolsonaro, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), comprou um imóvel em dinheiro vivo quando ainda era casada com o então deputado federal. Segundo reportagem do jornal O Globo, Rogéria pagou o valor de R$ 95 mil por um apartamento no bairro de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em janeiro de 1996.

O valor pago pelo imóvel, que já era alugado pela família, hoje seria de aproximadamente R$ 621.500, segundo correção pelo índice IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). À época, Rogéria e Bolsonaro eram casados em regime de comunhão parcial de bens. Eles se separaram entre 1997 e 1998.

Rogéria é mãe dos três filhos parlamentares de Bolsonaro: Flávio (Republicanos-RJ), senador; Eduardo (PSL-SP), deputado federal; e Carlos (Republicanos-RJ), vereador pelo Rio.

A reportagem conseguiu a informação da compra em dinheiro vivo por meio da escritura pública do 21º Ofício de Notas do Rio. Nela, o escrevente registrou que a venda aconteceu "pelo preço certo e ajustado de R$ 95 mil integralmente recebido neste ato (...) através de moeda corrente devidamente conferida e, digo, corrente contada e achada certa e examinada pelos outorgantes".

Os outorgantes, no caso, eram os vendedores "Francisco Antonio da Paixão Brandi, militar reformado, e sua mulher, Alba de Medeiros Brandi, do lar", como está no documento. Procurada, Alba negou participação na negociação, apesar de ter sua assinatura na escritura.

"Nunca morei lá, nem coisa nenhuma. Não sei. Ele (Francisco) já morreu há muito tempo", disse ao jornal O Globo. Além do então marido, o escrevente em questão também já morreu.

Apesar de afastada da vida política há quase 20 anos, Rogéria foi a primeira integrante da família Bolsonaro a iniciar carreira no legislativo após o presidente. Ela se elegeu vereadora pelo Rio em 1992 e exerceu dois mandatos na Câmara Municipal. Quando perdeu sua cadeira, em 2001, Carlos Bolsonaro foi eleito, então com apenas 17 anos.

Recentemente, Rogéria anunciou que será pré-candidata a vereadora do Rio pelo Republicanos. Em um vídeo postado no Instagram anunciando a decisão, ela repetiu o slogan do governo de Bolsonaro: "Brasil acima de tudo. Deus acima de todos".

Dinheiro vivo

Os pagamentos em espécie viraram uma questão entre membros da família Bolsonaro e as pessoas mais próximas dela depois que Flávio começou a ser investigado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) por movimentações atípicas ligadas ao seu ex-assessor Fabrício Queiroz, quando ele ainda era servidor do gabinete do então deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

O UOL mostrou que mais de 100 boletos relacionados a Flávio foram pagos por Queiroz em dinheiro vivo. Os pagamentos eram de um plano de saúde familiar e mensalidades escolares das filhas do senador.