Lula diz que Sara Winter não deve ser presa ou morta e sim 'reeducada'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu na manhã de hoje que a extremista de direita Sara Winter não seja presa, mas sim "reeducada".
Sara, que foi presa no inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga atos antidemocráticos e atualmente usa uma tornozeleira eletrônica, divulgou no fim de semana o nome da menina de 10 anos que foi estuprada no Espírito Santo, engravidou e foi submetida a um aborto com autorização da Justiça. As plataformas digitais Youtube e Instagram foram obrigadas - e cumpriram a ordem - de retirar as postagens do ar.
"Uma daquelas moças de Brasília, que publicou a foto da menina [que foi estuprada pelo tio e fez um aborto], o hospital que a menina estava, essa pessoa não tem que ser presa, essa menina não tem que ser morta a bala como eles acham que tem que ser, essa menina tem que ser reeducada, a família dessa menina precisa reeducá-la", afirmou Lula sem citar Winter.
Em entrevista à TV Democracia, no YouTube, o ex-presidente afirmou que é preciso reeducar militantes de direita. "Essa gente existe no Brasil e nós só vamos construir o país dos sonhos se a gente tiver coragem de enfrentar essa gente. Desistir jamais. Eles estão aí, nós temos que enfrentá-los e reeducá-los", disse.
Joaquim Barbosa 'cometeu heresia'
Na entrevista, Lula também criticou a atuação do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa. "Eu acho que o Joaquim Barbosa cometeu uma heresia desse país quando ele cunhou a frase a lei do direito do domínio do fato".
Barbosa conduziu o julgamento do Mensalão quando Lula ainda era presidente, em 2005, e condenou uma série de políticos petistas por corrupção.
Para Lula, a atuação de Barbosa causou "prejuízo ao PT".
"O papel dele não era causar prejuízo, o papel dele era fazer um julgamento com base nas provas e condenar qualquer pessoa", disse o ex-presidente.
O petista ainda se defendeu em relação à indicação de outros ministros do Supremo Tribunal Federal. Além de Barbosa, que já se aposentou, Lula indicou Carmen Lúcia, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski - todos, em algum medida, já proferiram votos contra o ex-presidente ou contra petistas em processos.
"Eu não indiquei ninguém para fazer o que eu queria", afirmou Lula.
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