Topo

Esse conteúdo é antigo

Presidente do Conselho de Ética diz que caso Flordelis é gravíssimo

Conselho de Ética ainda não recebeu representação formal contra deputada Flordelis (foto)  - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Conselho de Ética ainda não recebeu representação formal contra deputada Flordelis (foto) Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

31/08/2020 12h21Atualizada em 31/08/2020 21h37

O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Juscelino Filho (DEM-MA), disse hoje que o caso da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), acusada de ter mandado assassinar o marido, é gravíssimo e merecerá rápida apreciação caso uma representação pela sua cassação chegue ao conselho.

Em entrevista à CNN Brasil, Juscelino explicou que, até o momento, a única representação apresentada contra Flordelis está a cargo da corregedoria, que poderá encaminhar para o Conselho de Ética após apreciação. Se isso acontecer, ele promete celeridade no processo.

"Se chegar formalmente ao conselho, teremos todo interesse em dar celeridade porque entendemos a gravidade e o impacto que teve na sociedade", disse, explicando detalhes do trâmite. "Tudo que é avaliado pelo Conselho de Ética, na sequência ainda vai a voto em plenário".

Flordelis foi denunciada, na semana passada, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob a acusação de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019. O pedido de prisão feito pelo MP não foi aceito porque a parlamentar tem imunidade parlamentar.

Ela é acusada de homicídio triplamente qualificado, homicídio tentado, associação criminosa, uso de documento ideologicamente falso e falsidade ideológica.

Juscelino Filho explicou ainda que o trâmite do processo de cassação pode ser encurtado caso o Poder Judiciário acione diretamente a Câmara dos Deputados. "Quando isso acontece, quem faz a avaliação é CCJ, que não está funcionando por causa da pandemia, então seria diretamente o plenário", disse

"Momento de excepcionalidades, e estamos diante de um caso gravíssimo, no qual a imunidade parlamentar processual tem entendido que a justiça tome medidas mais duras neste caso da deputada. O mandato tem influenciado neste ponto, e essa avaliação de levar direto ao plenário, se for aprovado pela Justiça, vai ser avaliada", disse.

Na última semana, Flordelis pediu a colegas deputados que "pelo amor de Deus" não cassem seu mandato. Ela enviou uma mensagem a grupos de WhatsApp de parlamentares e se disse inocente da acusação de ter mandado assassinar o marido.

"Querem caçar [sic] meu mandato venho aqui pedir a vocês pelo amor de Deus não deixem que façam isso comigo eu juro que vou conseguir provar a minha inocência e que vocês não se arrependerão de me ajudarem", escreveu no grupo da bancada feminina da Câmara.