Chefe dos ‘Guardiões’ contribuiu para eleição de Crivella, diz moção
Resumo da notícia
- Moção citou missões evangélicas e participação em campanhas de Crivella
- Marcos Paulo se candidatou a vereador na eleição de 2012
- Segundo TV Globo, ele controlava escala de servidores que atrapalhavam imprensa
Marcos Paulo de Oliveira Luciano, assessor especial da prefeitura do Rio suspeito de ser o articulador do grupo "Guardiões de Crivella", já foi elogiado publicamente em uma moção de aplausos e louvor na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) por sua importância no pleito de 2016.
"Contribuiu muito para que Crivella ganhasse as eleições para prefeito do Rio, participando da coordenação de pessoal, de equipes e de estratégia de campanha, participando da coordenação de pessoal, de equipes e de estratégia de campanha", citou a moção proposta em dezembro de 2018, de autoria da deputada estadual Tia Ju (Republicanos-RJ).
De acordo com a TV Globo, o assessor era o responsável pelo controle da escala de funcionários comissionados da prefeitura, que faziam plantão em hospitais municipais com a orientação de impedir o trabalho da imprensa na cobertura da crise na saúde.
Ele também já foi indicado pelo próprio prefeito para auxiliar pastores evangélicos a furarem a fila de cirurgias da rede municipal em 2018.
Marcos Paulo, que teve celular e documentos apreendidos ontem (1º), prestou depoimento para dar a sua versão sobre o caso.
A Polícia Civil investiga os crimes de associação criminosa, atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e advocacia administrativa. Se a investigação comprovar os delitos, a pena somada dos suspeitos envolvidos pode chegar a nove anos de prisão.
Experiência política
Na proposta de moção de aplausos e louvor, a deputada estadual Tia Ju também citou a trajetória de Marcos Paulo ao lado de Crivella em missões evangélicas por quase seis anos no continente africano e no sertão da Bahia. "Paralelamente, ele se engajou na coordenação de campanhas eleitorais, principalmente na campanha vitoriosa do bispo ao Senado. Esse trabalho rendeu-lhe uma vasta experiência política", citou um dos trechos do texto.
A moção ainda citou a trajetória política de Marcos Luciano, que foi candidato a vereador na eleição de 2012. "Entre 2015 e 2016, exerceu o cargo de Subsecretário de Urbanismo e Mobilidade do município de Niterói", disse a proposta de moção.
Prefeitura fala em 'manipulação'
Em nota divulgada ontem, a Prefeitura do Rio afirmou que a notícia sobre os "Guardiões de Crivella" é uma "manipulação" e criticou a TV Globo. Na segunda-feira (31), no entanto, o governo municipal não negou a existência do grupo de WhatsApp.
"Essas mentiras colocaram a saúde das pessoas em risco, porque muitas poderiam deixar de procurar a unidade por acreditar nas notícias falsas", diz um trecho da nota.
O UOL não conseguiu localizar a defesa de Marcos Paulo e outros assessores que prestaram depoimento para que eles pudessem dar as suas versões do caso.
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