Operação no DF apura esquema de fraudes na saúde de R$ 123 milhões
O MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) e a Polícia Civil realizam hoje uma operação para apurar suspeitas de fraude na secretaria de saúde do Distrito Federal entre 2009 e 2015. Estão sendo cumpridos 46 mandados de busca e apreensão no DF e nos estados de Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro.
Batizada de Gotemburgo a operação investiga irregularidades na compra de equipamentos hospitalares feitas na gestão do médico Rafael Barbosa, que integrava a equipe do ex-governador Rodrigo Rollemeberg (PSB). As fraudes chegam a R$ 123 milhões.
Segundo as investigações, as supostas fraudes envolvem adesões a atas de registros de preços na gestão do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, direcionadas para atender interesses particulares nos processos de contratação das empresas Maquet e Med Lopes Comércio de Material Médico Hospitalar Ltda, conduzidos pela secretaria de Saúde do Distrito Federal.
O dinheiro desviado foi transferido para o exterior, via carta de crédito pela secretaria de Saúde para contas bancárias - na Suécia, China, Estados Unidos, França e Polônia - com pagamentos em euro e dólar para empresas pertencentes ao Grupo Getinge (unidades da Maquet pelo mundo) ou para a Moses Trading , dos EUA.
O esquema criminoso se estendeu até o Distrito Federal, por meio da venda de atas de registro de preço cadastradas pelo INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia). O grupo, liderado pelos empresários Miguel Iskin, Gustavo Estellita e Claudio Haidamus, está entre os alvos da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Além de fraude em licitação, eles são investigados pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Gotemburgo
O nome da operação faz alusão a cidade de mesmo nome, segunda maior da Suécia, onde fica localizada a sede do Grupo Getinge, do qual faz parte a Maquet, a empresa responsável pela maioria dos contratos formalizados com a Saúde lidera a fabricação de camas cirúrgicas no mundo.
O ex-governador do Distrito Federal e o ex-secretário de Saúde não foram encontrados para comentar a operação.
Com informações da Agência Brasil.
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