Witzel nega rachadinha na Saúde e chama ex-secretário de 'bandido confesso'
O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), negou hoje participação em um suposto esquema de "rachadinha" na Saúde do estado, em mais uma denúncia que envolve Witzel feita pelo MPF (Ministério Público Federal). O governador afastado atacou os delatores que provocaram a denúncia, entre eles o ex-secretário de Saúde Edmar Santos.
"Tomei a decisão de repassar o limite constitucional de 12% para a Saúde e para os municípios. Não fosse essa ação, a pandemia teria sido muito pior no RJ! Infelizmente, Edmar e Edson Torres, bandidos confessos, se infiltraram no governo e agora querem me incriminar", afirmou Witzel em publicação no Twitter.
Afastado do cargo pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) no fim de agosto e ameaçado por um processo de impeachment na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Witzel é suspeito de participação em fraudes em compras na área da saúde durante a pandemia do novo coronavírus.
Em nova denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral de República), Witzel também está sendo investigado por um suposto esquema de "rachadinha" envolvendo o Fundo Estadual de Saúde. Os repasses a sete prefeituras eram feitos com a condição de que os envolvidos recebessem de volta 10% do valor transferido para os municípios.
O esquema foi delatado por Edmar Santos, que chegou a ser um homem de confiança de Witzel durante sua gestão, e também pelo empresário Edson Torres, que seria uma espécie de "sócio" do Pastor Everaldo, presidente do PSC. Ambos foram presos e liberados posteriormente.
O governador afastado do Rio alega que foram encontrados milhões com os delatores. No dia da prisão de Edmar Santos, promotores do Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção) apreenderam R$ 8,5 milhões. No entanto, o MP-RJ não confirmou com qual dos investigados a quantia foi apreendida.
"Com eles foram encontrados milhões. Comigo, um centavo sequer! Tenho convicção de que voltarei a governar o RJ e continuarei implacável no combate à corrupção. Este é o temor das máfias que atuam no nosso estado", concluiu Witzel em outra publicação.
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