ONU: Comentários negativos na web dominam reação a discurso de Bolsonaro
O polêmico discurso de ontem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Assembleia Geral da ONU (Organizações das Nações Unidas) gerou mais comentários negativos do que positivos na internet, que se mobilizou muito menos este ano em relação ao discurso dele do ano passado.
O Sistema Analítico Bites, especializado em coletar e analisar dados da internet, avaliou os tweets publicados, hashtags positivas e negativas, buscas no Google e repercussão do discurso na mídia internacional.
Em 14 minutos de fala, o brasileiro mentiu em diversas ocasiões: sobre o valor do auxílio emergencial, afirmou que índios e caboclos são responsáveis por incêndios na Amazônia. Depois, disse que as queimadas no Pantanal se devem às altas temperaturas e culpou a Venezuela pelas manchas no litoral de 11 estados brasileiros no ano passado.
Em seu discurso de 2019, o total de comentários negativos por meio de hashtags superaram em 11,6% os positivos: foram 77 mil posts contra 68 mil. Neste ano, essa proporção saltou para 38%: foram 42 mil tweets negativos e 26 mil positivos.
A tendência também foi confirmada pela plataforma de monitoramento digital Torabit. Ela estimou em 58% o público nas redes sociais que avaliou como negativa a fala do presidente, em 20% as menções positivas e em 21% as neutras.
"Em relação às menções sobre o discurso de Bolsonaro na ONU em 2019, quando comparadas às menções deste ano, percebe-se uma queda no apoio às falas do presidente. Em 2019, 47% das menções foram positivas e 30% foram negativas", informa a pesquisa, que a pedido do UOL analisou citações no Twitter, Facebook, Instagram e YouTube.
"As menções negativas cresceram 28 pontos percentuais enquanto as positivas perderam 27 pontos percentuais", aponta o levantamento.
A repercussão do discurso de ontem também foi menor que o de 2019, quando Bolsonaro estreou naquela tribuna. Se no ano passado, a presença do presidente brasileiro na ONU rendeu 845 mil tweets no dia, ontem esse número foi de 502 mil, informa a Bites.
Google e mídia internacional
O interesse por Bolsonaro nas buscas no Google em todo o mundo, incluindo o Brasil, também foi menor este ano. O buscador tem uma escala que vai de 0 a 100 para indicar o interesse das pessoas em determinado assunto: 0 é nenhum interesse, 50 médio e 100 total interesse.
"Em 2019, o interesse por Bolsonaro estava em 26 nessa escala e caiu para 13 ontem", afirma Manoel Fernandes, diretor da Bites. "Significa que o interesse pelo presidente caiu pela metade em relação ao discurso do ano passado."
A repercussão também foi menor na mídia internacional. Entre os 300 sites de maior repercussão no mundo, o discurso do presidente apareceu em apenas três.
O texto de maior propagação contou com 1.700 interações, diz a pesquisa, que compara com um artigo sobre Bolsonaro publicado no site da New Yorker no ano passado, que alcançou 15 mil interações.
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