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Hacker da "Vaza Jato" dizia que documentos mudariam país "do dia pra noite"

Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", um dos presos sob suspeita de hackear o celular do ministro Sergio Moro, na operação Spoofing, da Polícia Federal, em foto de julho do ano passado - Mateus Bonomi/Folhapress
Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", um dos presos sob suspeita de hackear o celular do ministro Sergio Moro, na operação Spoofing, da Polícia Federal, em foto de julho do ano passado Imagem: Mateus Bonomi/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

24/10/2020 12h00

O hacker responsável por vazar conversas de procuradores da operação Lava Jato e do ex-ministro Sergio Moro acreditava que as revelações poderiam mudar o Brasil do dia para a noite, com potencial para causar a decretação de "estado de sítio" no país.

As afirmações foram feitas por meio de mensagens de texto no aplicativo Telegram à ex-deputada e hoje candidata à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela D'Ávila (PCdoB), durante o primeiro contato dos dois.

O relato está no livro "Vaza Jato - os bastidores das reportagens que sacudiram o Brasil", de Letícia Duarte em parceria com o Intercept Brasil, site responsável pelas primeiras reportagens embasadas nos vazamentos.

De acordo com o livro, cujo primeiro capítulo foi publicado na íntegra pelo "El País", Manuela foi contatada pelo hacker em maio de 2019. Ele dizia que queria ajudar ela e o país com as informações que tinha acessado.

No esforço para convencê-la do impacto das revelações e de que era uma fonte confiável, o hacker também afirmou que tinha provas que levariam à prisão do então coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e poderiam colocar o ex-presidente Lula, que estava preso na época, em liberdade.

O primeiro capítulo do livro narra como se deu a conversa entre os dois e como Manuela colocou o hacker em contato com Glenn Greenwald, jornalista do Intercept Brasil, que seria um dos responsáveis pela publicação de reportagens sobre o caso, meses depois.