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Bolsonaro diz que cobrou Heleno se houve relatório da Abin: 'Ele falou não'

O presidente Jair Bolsonaro diz que conversou com o general Heleno sobre os relatórios da Abin produzidos para ajudar o senador Flávio Bolsonaro - Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro diz que conversou com o general Heleno sobre os relatórios da Abin produzidos para ajudar o senador Flávio Bolsonaro Imagem: Marcos Corrêa/PR

Do UOL, em São Paulo

15/12/2020 19h50

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou hoje que questionou o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, sobre os relatórios produzidos pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para ajudar a defender o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) no "caso Queiroz" e ele negou a existência dos documentos.

No caso, foi revelada a existência de um suposto esquema de "rachadinhas" na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e gerou denúncia contra o político por lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa.

"Você vê essa questão da Abin, tive com o general Heleno, perguntei se alguma coisa foi feita e ele falou não", explicou Bolsonaro em entrevista ao Brasil Urgente. A Abin está sob o comando do GSI. A defesa de Flávio confirmou a existência desses relatórios, que foram revelados pela revista Época.

Em um dos documentos, a Abin deixou claro o objetivo: "Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB". Advogados de Flávio queriam provar que o caso das "rachadinhas" teria sido iniciado por causa de ações ilegais da Receita Federal. A Abin tem como diretor-geral Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro, e emitiu os relatórios para ajudar os advogados a comprovarem isso.

Em nota, o órgão já havia afirmado que não teve participação no caso. "O GSI reitera que não realizou qualquer ação decorrente, por entender que, dentro das suas atribuições legais, não lhe competia qualquer providência a respeito do tema", informou o órgão em nota. "As acusações são desprovidas de veracidade e abordam supostos documentos, que não foram produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência".

Bolsonaro ainda ratifica que a pressão exercida sob Flávio é apenas para atingir sua família. "É meu filho e sei tem a ver com ele. A pressão do meu filho é para me atingir, é em cima de esposa, de ex-mulher, outros filhos, parentes meus, amigos que estão do meu lado."