Mandetta: Militares temem ser chamados de "maricas" se usarem máscara
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse que muitos militares que fazem parte da equipe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão "rasgando sua biografia militar" já que, segundo ele, "lá atrás o Exército brasileiro decidiu pela ciência".
Quando perguntado sobre o comportamento de alguns militares do governo que não usam máscara e não respeitam as medidas de prevenção contra a covid-19, o ex-ministro falou que "provavelmente eles têm medo do presidente chamá-los de maricas se eles aparecerem de máscara".
A declaração foi dada no podcast Baixo Clero #70 —o último do ano—, que teve apresentação de Carla Bigatto e participação dos colunistas do UOL Maria Carolina Trevisan e Kennedy Alencar. O trio conversou com Luiz Henrique Mandetta para avaliar a política brasileira no ano da pandemia do novo coronavírus.
"Não gosto muito de generalizar como 'as Forças Armadas no governo', mas acho que são pessoas que, a maior parte deles, foram para a reserva e hoje são ex-militares, com a exceção do ministro da Saúde, um militar da ativa", disse Mandetta. "O Exército brasileiro decidiu, lá atrás, pelo iluminismo, pela ciência. A Academia Militar abriu o IME [Instituto Militar de Engenharia], abriu o ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica], eles decidiram tomar decisões com base no conhecimento e não no achismo."
Quando eles têm esse tipo de comportamento [ao não usar máscara], eles estão rasgando a biografia militar deles, em primeiro plano. Segundo, eles estão fazendo um teatro para agradar chefe."
Sobre o atual ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, Mandetta afirmou que "ele está no lugar errado fazendo coisas erradas". "É muito desagradável você ver um ministro da Saúde, um general da ativa cumprindo um papel que não é dele. Ele não conhece de saúde pública, pode ser muito bom em logística em quartel, mas em saúde não", opinou.
Eleições 2022
Outro assunto abordado no podcast de política do UOL foi a disputa eleitoral de 2022. Para Mandetta, caso ocorra um hipotético segundo turno entre Bolsonaro e outro candidato do PT, isso será "o pesadelo da população brasileira".
"O PT se nutre falando 'vote em mim' se não o Bolsonaro fica, e o Bolsonaro fala 'vote em mim se não o PT volta'. Esse é o pesadelo. Na eleição passada eu votei no Bolsonaro porque o PT estava uma tragédia, um deboche", disse.
Ele afirma que o PT tem tempo de "fazer uma mea culpa". "O PT tem tempo de pedir desculpa pelo que ele fez. Enquanto ele não pedir, o mau humor comum do homem vai continuar com ele. Eu vou lutar muito para que esse cenário não aconteça", disse.
Podcasts especiais
O UOL promoveu nesta semana uma transmissão ao vivo com sete episódios extras de seus podcasts. Além de Mandetta, a apresentadora Astrid Fontenelle (no podcast UOL Vê TV), o músico Rincon Sapiência (no podcasts Conversa de Portão e Papo Preto), o publicitário Eco Moliterno (no podcast Mídia e Marketing), a psicanalista Vera Iaconelli (no podcast Sexoterapia), o jornalista e escritor José Trajano (no podcast Posse de Bola) e o jornalista e escritor Chico Felitti (no podcast Caoscast) foram convidados.
Baixo Clero está disponível no Spotify, na Apple Podcasts, no Google Podcasts, no Orelo, no Castbox, no Deezer e em outros distribuidores. Você também pode ouvir o programa no YouTube. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.
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