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Em texto de Ano Novo, Lula diz que população sofre mais do que em guerras

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Victor Moriyama/Getty Images
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Imagem: Victor Moriyama/Getty Images

Do UOL, em Brasília

02/01/2021 09h54

Em texto de Ano Novo publicado ontem numa rede social, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que nem nas Grandes Guerras (normalmente tidas como a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais) o "brasileiro sofreu tanto como hoje".

"Nossa geração, a dos nossos filhos e netos jamais viveu um ano tão dramático e tão doloroso quanto este 2020 que termina. Nem nas Grandes Guerras o brasileiro sofreu tanto como hoje", afirmou.

Lula então critica a condução do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) perante o combate à pandemia do novo coronavírus no país. Bolsonaro passou o Réveillon no litoral paulista e tem participado de aglomerações junto a apoiadores, embora essa não seja a recomendação de médicos e especialistas.

"Além da destruição do Estado e da liquidação de sua soberania, vimos, estarrecidos, o pesadelo de um governante sem compostura debochar, escarnecer e dar gargalhadas diante das quase duzentas mil vítimas da covid no Brasil. Enquanto 200 mil famílias choram a perda de entes queridos, Bolsonaro riu, fez piada, chamando de 'gripezinha' uma pandemia mundial. A cada dia que passa, a irresponsabilidade do atual governo mata três vezes mais brasileiros do que todos nossos mortos na II Guerra Mundial", escreveu Lula.

O Brasil ultrapassou ontem a marca dos 195 mil mortos por covid-19. Com os novos registros, a média móvel de mortes dos últimos sete dias ficou em 704. É o segundo dia consecutivo em que o índice voltou a ficar acima de 700. Esse número aponta tendência de estabilidade de -6% em comparação com 14 dias atrás. É o nono dia em que o país se mantém estável.

Segundo o ex-presidente, Bolsonaro transformou 2020 no ano "da desesperança, do desemprego, da queda da massa salarial e da morte", mas os brasileiros "de bem" vão fazer de 2021 o ano da "vida, da saúde, do trabalho e da prosperidade para todos".

Ao longo do texto, Lula pede união para que "2021 seja o melhor ano de nossas vidas".

"Os brasileiros que enfrentaram guerras, ditaduras e catástrofes de cabeça erguida vamos vencer mais esta. É na tempestade que se conhece o bom marujo. É da adversidade que nascem os corajosos. Nossa arma é a democracia. Juntos, os democratas vamos derrotar nas ruas esse impiedoso e desumano desequilibrado que infelicitou o Brasil mais que qualquer outro tirano", acrescentou.

Bolsonaro e Lula são rivais políticos, com o primeiro tendo derrotado o escolhido do ex-presidente, Fernando Haddad (PT), na eleição presidencial de 2018. Lula pretendia se candidatar, mas o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou sua candidatura por 6 votos a 1. A maioria dos ministros considerou o ex-presidente inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.