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Barros: governo terá maioria para reformas e mira ampliar Bolsa Família

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), em sessão deliberativa - Najara Araújo/Câmara dos Deputados
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), em sessão deliberativa Imagem: Najara Araújo/Câmara dos Deputados

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

02/02/2021 16h11

Com a vitória de Arthur Lira (PP-AL) à Presidência da Câmara, o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) terá a maioria dos deputados a seu favor para aprovar reformas em 2021.

Com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e sua rede de aliados, Lira derrotou, por 302 votos a 145, o presidente nacional do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP). A candidatura de Baleia teve por trás Rodrigo Maia (DEM-RJ) na esperança de emplacá-lo como seu sucessor, sem sucesso.

"O Democratas já está alinhado com o governo e o MDB também está alinhado com o governo. O PSDB é um partido que não será base do governo, mas tem compromisso programático com as reformas, então votará conosco. Não vejo dificuldades na articulação para formar maioria e votar as reformas de que o Brasil precisa", afirmou Barros, em entrevista à assessoria da liderança do governo na Câmara.

Barros elencou como prioridades do governo instalar a comissão da reforma administrativa e ter publicado o relatório da reforma tributária. Ele disse também que o governo aguarda, no Senado, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial e a PEC do Pacto Federativo, de cunho de ajuste fiscal.

Ele ainda afirmou que a gestão de Bolsonaro pretende ampliar o programa social Bolsa Família, e não retomar com o auxílio emergencial à população mais vulnerável, como vem sendo cogitado por parlamentares.

"O cenário em análise é a ampliação do Bolsa Família. Votar o Orçamento [de 2021] é fundamental, é uma das matérias importantes do Congresso; precisamos votar o Orçamento e, dentro dele, encontrar espaço para ampliar o Bolsa Família, atendendo mais brasileiros", disse.

As privatizações e a autonomia do Banco Central foram citadas como foco da agenda econômica.

"A agenda econômica é a autonomia do Banco Central, agora em princípio. Depois, a desindexação, descarimbar o dinheiro público, que é o Pacto Federativo. E os gatilhos que nós precisamos estabelecer para as despesas públicas serem contidas: precisamos conter a despesa e manter o teto de gastos", falou.

Embora diga que não haveria dificuldade de se votar na Câmara a privatização da Eletrobras, "desde que asseguradas as proteções necessárias", o tema não tem sido bem recebido até mesmo por parlamentares governistas. Barros falou ser preciso "haver um acordo que preserve os investimentos nas regiões Norte e Nordeste, onde há um déficit de linhas de transmissão".

Quanto a mudanças na Esplanada dos Ministérios, Ricardo Barros afirmou não ver "ambiente para reforma ministerial", mas pensar que o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM), deve ser deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência da República. A pasta da Cidadania deverá ficar com alguém indicado pelo partido Republicanos, base de Bolsonaro na Câmara e que ajudou a eleger Arthur Lira.