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Ditadura foi período 'de muita responsabilidade com futuro', diz Bolsonaro

Bolsonaro deixou de lado as mortes provocadas pelo regime e os relatos de violência e tortura contra opositores - Isac Nóbrega/PR
Bolsonaro deixou de lado as mortes provocadas pelo regime e os relatos de violência e tortura contra opositores Imagem: Isac Nóbrega/PR

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

11/02/2021 12h13Atualizada em 11/02/2021 12h35

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se referiu hoje à ditadura no Brasil como um período em que havia "muita responsabilidade com o futuro" do país, deixando de lado as mortes provocadas pelo regime e os relatos de violência e tortura contra opositores.

A declaração ocorreu em Alcântara, no Maranhão, onde o governante participou de uma cerimônia de entrega de títulos de propriedade. Na cidade, está instalada a base de lançamentos espaciais da Força Aérea.

"Isso aqui nasceu em 1983, em mais uma das grandes obras dos cinco presidentes militares que tivemos no Brasil. Grandes obras ao longo de 21 anos, onde vivia um regime de... Um pouco diferente do que vivemos hoje, mas de muita responsabilidade com o futuro do seu país. E aqui uma prova disso."

O equipamento militar foi inaugurado em 1º de março de 1983, durante o governo de João Figueiredo. Em 2019, a gestão Bolsonaro assinou com os Estados Unidos um acordo de salvaguarda, que estabelece regras de proteção para uso de tecnologia americana em estudos e lançamentos de foguetes e aeronaves.

"Aqui [base de Alcântara] é uma prova disso [da 'responsabilidade' na ditadura]. Como disse o Marcos Pontes [ministro da Ciência e Tecnologia], isso aqui é comércio para bilhões e bilhões de dólares. E nós estamos agora entrando neste seleto grupo que trata de lançamentos. Então, tudo que fazemos no Brasil tem um passado, tem um meio e tem um fim. E isso tudo passa por cada um de nós."

Segundo relatório da Comissão Nacional da Verdade, criada em 2012 durante o governo de Dilma Rousseff (PT) para apurar casos de violência ocorridos durante a ditadura, ao menos 423 pessoas morreram ou desapareceram durante os anos do regime (1964-1985), e 20 mil foram torturadas.

Auxílio emergencial

No palanque, Bolsonaro também voltou a falar sobre o auxílio emergencial e deixou claro que o governo pretende prorrogar o benefício apenas por "alguns meses".

A retomada dos pagamentos tornou-se uma demanda comum ao discurso de lideranças no Congresso Nacional. O Ministério da Economia era contrário à ideia, mas vem cedendo nas últimas semanas diante do avanço do tema no Parlamento. Membros da equipe econômica avaliam que a aprovação é inevitável.

"No momento, a nossa equipe, junto a parlamentares, estuda a extensão por mais alguns meses do auxílio emergencial. Repito, o nome é emergencial. Não pode ser eterno porque isso torna um endividamento muito grande do nosso país. E ninguém quer o país quebrado. O povo brasileiro quer na verdade é trabalho."