Bolsonaro: se tudo tivesse que depender de mim, não viveríamos neste regime
Durante evento militar em Campinas (SP), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que se tudo tivesse que depender dele, "não seria esse o regime que nós estaríamos vivendo". As falas aconteceram na EspCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), onde acompanhou a formatura de 419 alunos, dos quais 37 mulheres.
"Alguns acham que eu posso fazer tudo. Se tudo tivesse que depender de mim, não seria esse o regime que nós estaríamos vivendo. E apesar de tudo, eu represento a democracia no Brasil. Nunca a imprensa teve um tratamento tão leal e cortês como o meu, se é que alguns acham que não é desta maneira é porque não estão acostumados a ouvir a verdade", disse Bolsonaro sem explicar suas falas.
O evento aconteceu um dia após o pedido de troca do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Sem citar a empresa, Bolsonaro afirmou que "semana que vem teremos mais". Ele também disse que os combustíveis poderiam estar, no mínimo, 15% mais baratos e que a política de preços da Petrobras é uma caixa-preta.
"Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, semana que vem teremos mais. O que não falta para mim é coragem para decidir, pensando no bem maior para nossa nação", disse Bolsonaro.
Ao longo de sua trajetória política como deputado, Bolsonaro já defendeu a ditadura, sugeriu o fechamento do Congresso e o fuzilamento do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
No ano passado, em diversas ocasiões manifestantes estiveram em Brasília junto de Bolsonaro para manifestações antidemocráticas, isso porque pediam intervenção militar e a volta do AI-5 (Ato Institucional 5), que limitou direitos civis e é considerado um dos momentos mais duros da Ditadura Militar (1964-1985). Políticos e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) reprovaram a participação do presidente nas manifestações.
Desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2019, o presidente faz ataques a jornalistas e veículos de comunicação. Um relatório elaborado pela organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras, em janeiro deste ano, mostrou que em 2020, o presidente e pessoas do seu entorno promoveram 580 ofensas a profissionais e empresas de comunicação.
Deputado preso
Na noite de ontem, a Câmara decidiu manter a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), apoiador do presidente Bolsonaro. Ele foi preso em flagrante por fazer ataques ao STF e a ministros da corte em um vídeo publicado nas redes sociais. A decisão que mandou prender Silveira foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes e votada em colegiado. Na ocasião, os 11 ministros da corte decidiram pela legalidade e manutenção da prisão do parlamentar.
Bolsonaro não se manifestou sobre a prisão do deputado.
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