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Incrédula, oposição não comemora nomeação de Queiroga; governistas elogiam

Do UOL, em São Paulo

15/03/2021 20h49Atualizada em 15/03/2021 21h51

Incrédulos, políticos da oposição evitaram comemorar a nomeação do médico cardiologista Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde, no lugar do general Eduardo Pazuello. Enquanto governistas elogiaram a escolha, parlamentares críticos ao governo levantaram dúvidas sobre se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) permitirá que Queiroga trabalhe para conter o avanço da pandemia no Brasil.

"O médico Marcelo Queiroga vai assumir o Ministério da Saúde. Seria boa notícia, não fosse a conduta de Bolsonaro: ele vai tolerar que o ministro siga a ciência, desestimule aglomerações e promova ampla vacinação? Ou vai continuar boicotando essas medidas?", questionou o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).

Já Major Vítor Hugo (GO), líder do PSL na Câmara e apoiador de Bolsonaro, parabenizou Queiroga pelo novo cargo e ainda agradeceu Pazuello pelo trabalho à frente do Ministério da Saúde.

"Parabéns ao novo ministro Marcelo Queiroga pela indicação para a pasta da Saúde. Nossos sinceros agradecimentos ao ministro Pazuello pelos trabalhos prestados ao Brasil nos últimos meses! Vidas e Empregos! Força e Honra!", disse o deputado em uma rede social.

Confira mais reações à nomeação de Queiroga como novo ministro da Saúde:

Ivan Valente (PSOL-SP), deputado federal

"Cai Pazuello. A pergunta que fica é: quem entra defende a ciência, as regras sanitárias e a vida ou seguirá as ordens genocidas de Bolsonaro? Marcelo Queiroga aceitou o convite para assumir a Saúde. A negativa anterior de Ludhmila Hajjar indica que o delírio segue em voga."

José Guimarães (PT-CE), deputado federal e líder da Minoria na Câmara

"Marcelo Queiroga é o quarto ministro da Saúde a assumir o cargo durante a pandemia. Resta saber se seguirá a ciência ou somente será mais um negacionista no governo. Mesmo que escolha o caminho da ciência, será difícil desempenhar suas funções no governo Bolsonaro, um negacionista!"

Humberto Costa (PT-PE), senador e ex-ministro da Saúde

"Somos o país que mais trocou o comando da saúde na pandemia. As mudanças sempre confusas, políticas, e o povo continua morrendo. Bolsonaro faz politicagem onde deveria ter responsabilidade. Enquanto um ministro fazia balanço e falava de orgulho, Bolsonaro o derrubava por trás."

Orlando Silva (PCdoB-SP), deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo em 2020

"Marcelo Queiroga aceitou o cargo de ministro da Saúde, em substituição a Pazuello, que carregará a marca de mais inepto de nossa história. Não há motivos para comemoração, já que é sabido e consabido que é Bolsonaro quem impõe o negacionismo assassino como política pública."

Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada federal e ex-aliada de Bolsonaro

"Vamos para o quarto ministro da Saúde em dois anos de governo — o terceiro durante o ano da pandemia. Isto não aconteceu em nenhum outro país do mundo! #BolsonaroGenocida"

Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo

"A indicação do médico Marcelo Queiroga para o Ministério da Saúde traz uma importante perspectiva de que teremos uma coordenação nacional eficiente, articulada com estados e municípios para frear a pandemia. Tempo, nesse caso, é vida."

João Azevêdo (Cidadania), governador da Paraíba

"Boa sorte ao dr. Marcelo Queiroga, paraibano escolhido para assumir o Ministério da Saúde nesse difícil momento da pandemia. Conte com o apoio dos governadores para acelerar a vacinação para que assim possamos vencer o vírus com base na ciência, pelo bem do Brasil e pela vida do nosso povo."

Fábio Faria, ministro das Comunicações

"Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga fará um excelente trabalho à frente do Ministério da Saúde, uma das pastas mais desafiadoras e relevantes. Boa sorte na nova missão e conte comigo!"

Quem é Marcelo Queiroga

Atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Queiroga é graduado em Medicina pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba), especialista em cardiologia e doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal.

Hoje, ele dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é médico cardiologista intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, também na Paraíba.

Assim como Ludhmila Hajjar, recebida ontem pelo presidente, Queiroga defende o isolamento social como forma de combate à pandemia. Ele também já se posicionou contrário ao "tratamento precoce" defendido por Bolsonaro à base de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra a covid-19.

(Com Estadão Conteúdo)