Topo

'Fim da linha para Moro', diz Boulos; Kataguiri critica decisão do STF

Voto desagradou PT: "Ministro ignora provas da parcialidade e da incompetência de Moro" - Marcelo D. Sants/Framephoto/Estadão Conteúdo
Voto desagradou PT: 'Ministro ignora provas da parcialidade e da incompetência de Moro' Imagem: Marcelo D. Sants/Framephoto/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, de Belo Horizonte

23/03/2021 16h10Atualizada em 23/03/2021 20h17

A votação dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques e Cármen Lúcia no processo de suspeição do ex-juiz federal Sérgio Moro movimentou opiniões entre políticos do Brasil. Para Guilherme Boulos (PSOL), hoje foi "o fim de linha para Moro".

Já o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), criticou a decisão do STF. "Como o ministro Fux já havia dito em entrevista à IstoÉ: STF vai ter de contratar contador para ressarcir corruptos e corruptores. Preparem seus bolsos.", declarou no Twitter.

A retomada do julgamento hoje foi marcada pelo voto do ministro Kassio Nunes Marques a favor de Moro, enquanto Cármen Lúcia, que havia votado contra a suspeição em 2018, alterou o posicionamento, votando a favor da suspeição do ex-juiz federal no processo que condenou o ex-presidente Lula (PT) envolvendo um tríplex no Guarujá. Dos cinco membros da Segunda Turma, votaram pela suspeição do ex-juiz federal Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, e contra o relator Edson Fachin e Nunes Marques.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), comemorou o resultado e afirmou que, agora, o STF fez "mais do que garantir a Lula os direitos roubados pela Lava Jato". "Começou hoje o caminho para recuperar a credibilidade do Judiciário brasileiro. Vitória da Justiça, do direito e da esperança", escreveu.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também comentou a decisão que, segundo ele, foi "uma revisão histórica sobre a Lava Jato". No tuíte, Lira ainda afirmou que a Operação Lava Jato "jamais poderá ser contestada em sua coragem de enfrentar os poderosos, os grandes interesses, a corrupção sistêmica".

Mais cedo, o PT criticou o voto de Nunes Marques, afirmando que o ministro tem ignorado "provas da parcialidade e da incompetência de Moro" em voto contra o reconhecimento da suspeição do ex-juiz federal Sergio Moro.

O deputado federal e ex-presidente do PT, Rui Falcão, considera que o voto de Nunes Marques "compromete diretamente o Judiciário com o desregramento moral defendido pela da Lava Jato". Já o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) afirmou que Nunes "se acovardou" e deu um voto "vergonhoso". Para o petista, o argumento de que "conversas hackeadas não podem ser usadas como provas" não é suficiente.

Para o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou que falar em suspeição é pouco, porque segundo ele, Moro se comportou "como um serial killer constitucional". Por isso, o ex-juiz teria que responder pelas supostas ilegalidades praticadas.

A deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) considerou que o voto de Nunes Marques foi "extremamente técnico e bem embasado".