Governador do Rio admite erro e pede desculpa após festa durante pandemia

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), admitiu erro e pediu desculpas à população fluminense depois de promover festa de seu aniversário em meio a medidas de restrição aplicadas no estado.

"Em relação à repercussão que teve sobre o meu aniversário, no último domingo (28), eu queria dizer que foi um almoço para os meus familiares, [com] pessoas que vivem comigo, diariamente. Realmente alguns amigos acabaram aparecendo, e queria pedir desculpas para toda a população fluminense, reconhecer o meu erro", disse Castro, em vídeo publicado nas redes sociais.

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"Mas eu tenho trabalho muito duro. Hoje mesmo foi o dia que não parei o dia inteiro. Falei com o ministro da Saúde [Marcelo Queiroga], falei com os prefeitos e secretários de Saúde da região sul fluminense. Não tenho dúvida que as medidas que estamos tomando são as medidas corretas para este momento", completou, em seguida.

A celebração que marcou os 42 anos de Castro foi realizada no distrito de Itaipava e teria causado fila de 12 veículos na porta de uma casa, segundo vizinhos.

Segundo o jornal O Globo, os celulares dos convidados ficavam retidos na portaria para evitar registros e só podiam ser resgatados na saída. Vizinhos também relataram música alta e alta rotatividade de pessoas. Uma reportagem da TV Globo mostrou a movimentação na porta do evento.

A comemoração de aniversário do governador aconteceu durante o recesso de dez dias proposto por ele como forma de conter a pandemia da covid-19. Dois dias antes da festa, Castro pediu para que as pessoas não aproveitassem os dias de verão em grupos e evitassem festas.

Fontes da prefeitura de Petrópolis ouvidas pelo UOL disseram que o governador não será multado pela realização do evento, já que para que uma sanção fosse aplicada, a fiscalização precisaria ter chegado no momento em que a festa ocorria. O prefeito interino de Petrópolis, Hingo Hammes (DEM), também não teria interesse em se indispor com Castro.

A Prefeitura de Petrópolis, no entanto, informou que vai notificar o condomínio onde o governador realizou o evento. Festas e eventos, seja em área pública ou privada, estão proibidos no município da região serrana, dentro de um pacote de medidas para conter o avanço do coronavírus na cidade. Com isso, o local será obrigado a comprovar que está implantando medidas para que eventos similares não ocorram.

Super feriado marcado por desrespeitos às normas

Até o momento, mais de 36 mil pessoas morreram vítimas da covid-19 no Rio. A alta de casos da doença fez com que o estado adotasse um esquema de antecipação de feriados para evitar que os números de casos sigam crescendo.

A medida passou a valer desde a última sexta-feira (26) e segue em vigor até o dia 4 de abril. Apesar dos incentivos ao isolamento social, uma festa clandestina com 300 pessoas foi registrada ontem e os calçadões da zona sul estiveram lotados ao longo do dia.

A praia de Ipanema, na zona sul do Rio, foi uma das que teve grande movimentação no terceiro dia de feriado para conter a pandemia. Mesmo com fiscalização e proibições de permanência na faixa de areia e banho de mar, cariocas foram flagrados descumprindo as medidas.

Ampliação de restrições no Rio

O decreto estadual que ampliou as restrições no Rio também prevê o toque de recolher entre 23h e 5h. Nessa faixa de horário, a população pode circular pela cidade, mas não pode permanecer em espaços públicos.

Bares e restaurantes foram vetados de realizar atendimento presencial para os clientes na capital.

As atividades de escolas públicas, privadas, creches e universidades estão suspensas até 4 de abril, assim como escolinhas de esportes, cultura, arte, música e cursos de idiomas.

Os bancos estão autorizados a funcionar, mas a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou que as agências estarão abertas apenas para casos excepcionais, que não possam ser realizados pela internet.

Comércio de alimentos e bebidas, como açougues e peixarias, supermercados, hortifrutigranjeiros, padarias e lojas de conveniência têm autorização para funcionar.