Reunião com comandantes demitidos foi marcada por clima tenso, diz jornal

Em clima tenso, a reunião dos comandantes Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) com o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, foi marcada por falas ríspidas e tapas na mesa, segundo informação apurada pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Os três foram demitidos hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo a publicação, Braga Netto chegou ao encontro com a ordem de dispensá-los, e iniciou a reunião já com esse comunicado. O mais exaltado foi Ilques Barbosa, que perdeu a paciência e elevou o tom de voz a Braga Netto. Quando o tom subiu e o clima ficou ainda mais tenso, diz o Estadão, alguns deles foram saindo "à francesa" do gabinete.

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Os três comandantes já pensavam entregar os cargos em solidariedade à demissão do general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa, ocorrida no dia 29, mas alguns consideravam a hipótese de continuar dependendo do teor dessa conversa. Braga Netto, no entanto, não teria dado nem tempo e já entrou no gabinete com a demissão dos três pronta.

Os comandantes Edson Pujol, Ilques Barbosa Junior e Antonio Carlos Moretti Bermudez, haviam reunido na noite da segunda-feira (29), para "avaliar o cenário atual", após a demissão do ministro Fernando Azevedo e Silva, conforme apurou o UOL.

Após o encontro, ficou acertado uma nova reunião que aconteceria nesta terça com a presença de Azevedo e do novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Foi neste encontro, então, que os três foram demitidos, segundo o Estadão.

Em nota, o Ministério da Defesa informou que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica seriam substituídos. "A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças".

Carta de despedida

Em carta, o comandante da Aeronáutica Antônio Carlos Bermudez confirmou que foi exonerado do cargo a pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Tomei conhecimento da decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro, de exonerar-me do comando da Força Aérea Brasileira. Recebi essa notícia como um bom soldado, que dedicou 46 anos de sua vida a servir ao seu país", disse ele.

"Ao deixar o comando da Aeronáutica, meu sentimento é de gratidão aos que labutaram ao meu lado, direta e indiretamente", completou, em seguida.