Deputados aprovam convocar ministro da Defesa em meio a trocas de militares
A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento de convocação para que o ministro da Defesa fale ao colegiado sobre processos de compras para as Forças Armadas recebidas com suspeitas de superfaturamento por parte dos parlamentares.
No entanto, devido às trocas no comando da pasta e das Forças Armadas, na verdade, os deputados deverão usar a oportunidade para questionar o ministro sobre a crise instalada entre parte dos militares e o governo federal.
Inicialmente, o pedido do deputado Elias Vaz (PSB-GO) era dirigido ao então ministro Fernando Azevedo e Silva. Como o general saiu do cargo, o nome de Azevedo foi suprimido. Em seu lugar, deverá falar à comissão o novo titular da pasta, general Walter Braga Netto.
Uma data ainda será definida. Como foi aprovada uma convocação, e não um convite, ele terá de comparecer à comissão.
Ontem, os comandantes da Marinha, Aeronáutica e do Exército também deixaram os postos após discordâncias com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No pedido para o requerimento, Elias Vaz disse ter sido surpreendido ao detectar processos de compra de picanha, cerveja, bacalhau, filé e salmão para as Forças Armadas em levantamento no painel de preços do Ministério da Economia.
Segundo o deputado em sua justificativa para o requerimento, considerando Exército e Marinha, os pregões homologados somam 80.016 latas e garrafas de cerveja, por exemplo. Ele também estranhou os preços cobrados em determinados produtos.
"O caso que mais chamou a atenção [dentre as cervejas] é o da latinha da Bohemia Puro Malte. O valor unitário que consta no processo já homologado é R$ 4,33 e o preço para o consumidor comum, em uma busca rápida por supermercados, é R$ 2,59, diferença de 67%. Já a garrafa de Bohemia de 600 ml é orçada em R$ 7,29 enquanto é possível encontrar no varejo o valor de R$ 5,79, sobrepreço de 25,9%", escreveu.
Além disso, afirma, foram identificados processos para a compra de 1.375.041 quilos de carvão vegetal para as Forças Armadas. Em relação à picanha, teriam sido 714,7 mil quilos para os comandos do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, para a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) e para o Departamento de Administração Interna do Ministério da Defesa, diz.
Para Elias Vaz, "é revoltante saber que esses processos correram em plena crise, quando falta o básico para muitas famílias e os recursos deveriam ser aplicados no combate à pandemia".
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