Bolsonaro diz que líder deve ser o último a se vacinar e destoa do mundo
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que ainda vai decidir se irá tomar a vacina contra a covid-19. Segundo ele, os líderes devem priorizar a população e serem os últimos a se vacinar. Sua posição destoa do que vem acontecendo em outros países do mundo.
Em todo o mundo, chefes de Estado têm se vacinado ao chegar sua vez na fila de prioridade. A vacinação dos mandatários é considerada importante para incentivar a população a buscar a imunização, mostrando que a vacina é segura.
"Está uma discussão se vou vacinar ou não vou me vacinar. Eu vou decidir", disse Bolsonaro. "Depois que o último brasileiro for vacinado, se tiver sobrando vacina, aí vou decidir se vacino ou não, esse é o exemplo que um chefe deve dar", completou, durante sua live semanal. Em outras ocasiões, o presidente adotou uma postura antivacina e já questionou, sem provas, a eficácia de imunizantes contra a covid-19
Líderes mundiais tomam vacina
Quando os Estados Unidos eram governados por Donald Trump, aliado de Bolsonaro, o então vice-presidente Mike Pence tomou a vacina contra a covid-19. Antes de tomar posse, o atual presidente Joe Biden e sua vice, Kamala Harris, também foram imunizados e televisionaram o momento.
Outro aliado de Bolsonaro a se vacinar foi o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Em fevereiro deste ano ele ainda virou garoto-propaganda da vacinação em seu país, quando gravou um vídeo bem-humorado chamando as pessoas a se vacinarem.
Com 94 anos, a rainha Elizabeth II, do Reino Unido, e seu marido, príncipe Phillip, estiveram entre os primeiros vacinados. Após ver que cerca de 15% dos britânicos estavam reticentes com o imunizante, a rainha compartilhou sua experiência e pediu que eles pensassem nos outros e fossem se imunizar.
Outros líderes mundiais que já tomaram a vacina contra a covid-19 são os presidente da Argentina, Alberto Fernández, do Chile, Sebastián Piñera, de Portugal, Marcelo Rabelo de Souza, da Venezuela, Nicolás Maduro, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, os reis da Arábia Saudita, Salman, do Marrocos, Maomé VI, e os primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi, da Austrália, Scott Morrison, entre outros.
Bolsonaro desacreditou vacina
Esta não é a primeira vez que Bolsonaro fala que ficará para o final da fila da vacinação ou coloca em dúvida a possibilidade de receber o imunizante. Com 66 anos de idade, o presidente poderia tomar a vacina em Brasília a partir deste sábado.
O presidente também desacreditou reiteradamente a vacinação como forma de combate à covid-19. Ele chegou a ironizar dizendo que quem tomasse a vacina ia "virar jacaré".
Seu governo ainda tomou decisões que atrasaram o início da imunização. Em julho de 2020 Bolsonaro deixou de comprar doses da CoronaVac e em agosto decidiu não comprar vacinas da Pfizer. Além disso, o governo foi um dos últimos a aderir ao consórcio internacional Covax Facility.
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