Bolsonaro diz que falou 'mais coisas' em conversa com Kajuru
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse aos apoiadores na manhã de hoje que falou "mais coisas" na conversa com o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). O parlamentar divulgou ontem um áudio no qual o presidente diz temer o relatório "sacana" na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da covid.
"Fui gravado em uma conversa telefônica, tá certo? A que ponto chegamos no Brasil aqui", criticou Bolsonaro.
Na sequência, o presidente disse aos apoiadores: "Só para controle, falei mais coisas naquela conversa. Podem divulgar tudo da minha parte."
Bolsonaro voltou a fazer críticas contra as medidas restritivas adotadas pelos governos estaduais para conter o avanço da covid-19 e categorizou os gestores como "protótipos de ditadores".
"Primeiro tenho que estabelecer o direito de ir e vir no Brasil, o problema aqui é mais sério do que se possa imaginar. Existem protótipos de ditadores fazendo barbaridade nos estados", declarou o presidente aos apoiadores.
Conversa entre Kajuru e Bolsonaro vazada nas redes
Às vésperas da instalação da CPI no Senado, o presidente Jair Bolsonaro pressionou o senador Jorge Kajuru a ingressar com pedidos de impeachment contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
A conversa por telefone foi divulgada ontem pelo parlamentar em suas redes sociais. Pelo contexto do diálogo, Bolsonaro dá a entender que, caso haja pedidos de impeachment contra ministros do Supremo, pode ocorrer mudanças nos rumos da instalação da CPI.
"Você tem de fazer do limão uma limonada. Tem de peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment (de ministros) também", disse o presidente na conversa com Kajuru.
Bolsonaro chegou a cobrar que a CPI, caso seja instalada, apure a atuação de prefeitos e governadores. "Nós dois estamos afinados. CPI ampla e investigar ministros do Supremo. Ponto final", disse Bolsonaro a Kajuru.
"A CPI hoje é para investigar omissões do governo Bolsonaro, ponto final. Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai só vir pra cima de mim. Tem que mudar a amplitude dela", comentou Bolsonaro.
"Se não mudar, a CPI vai simplesmente ouvir (o ex-ministro da Saúde Eduardo) Pazuello, ouvir gente nossa, para fazer um relatório sacana", disse o presidente.
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