Atos pró-Bolsonaro pelo país têm ataque a lockdown e pedido de intervenção
Manifestantes interditaram ruas hoje de diferentes capitais do país em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e para pedir intervenção militar. Até o início da tarde, os apoiadores foram às ruas em ao menos 11 estados e no Distrito Federal, onde o próprio presidente acompanhou de helicóptero.
Entre as pautas defendidas estavam ofensas a governadores e a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), pedidos e "autorizações" de medidas antidemocráticas e alguns dos pontos mais defendidos pelo governo, como crítica às medidas de isolamento social para conter a pandemia, como recomendam autoridades de saúde.
Com o chamado "Eu Autorizo Presidente", bolsonaristas organizaram atos em diferentes pontos do Brasil em suporte ao governo, que enfrenta críticas pela condução na pandemia do novo coronavírus. O nome das manifestações foi uma resposta ao chefe do Executivo, que disse que aguardava "uma sinalização" dos brasileiros para "tomar providências" contra medidas de restrição de circulação decretadas por governadores e prefeitos contra a covid-19.
Em São Paulo, manifestantes se aglomeraram em frente ao prédio da Fiesp, na avenida Paulista, para gritar em apoio ao presidente, pedir intervenção militar e xingar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Grande parte das pessoas, principalmente as que estavam aglomeradas, não usava máscara de proteção, que é fundamental para evitar a disseminação da covid-19.
O principal alvo dos manifestantes continua sendo o Congresso Nacional, o STF (Supremo Tribunal Federal) e Doria, a quem os manifestantes ofendem de "calça apertada", "bandido" e "desgraçado".
Gritos golpistas e de incitação de violência também não foram raros. "Eu quero a ajuda de vocês. Eu peço ajuda de vocês para espancar esses filhos da puta [em referência a políticos de esquerda]", gritou um apoiador, que se identificou como policial militar aposentado, em um dos trios elétricos na avenida.
As faixas e cartazes pedem a "intervenção militar com Bolsonaro no poder", o fechamento do STF e do Congresso Nacional. A reportagem notou a presença de muitas crianças que, sem máscara, participam do protesto ao lado de pais e responsáveis. A Polícia Militar de São Paulo acompanha a manifestação.
A maior concentração de manifestantes esteve entre as ruas Pamplona e Itapeva, no centro financeiro da cidade, onde as pessoas lotaram as duas vias da avenida em frente a um caminhão de som. Fora desse trecho, nos dois lados da avenida havia um grande número de manifestantes dispersados. Nenhum órgão público contabilizou o número de pessoas que participaram da manifestação.
No Rio de Janeiro, a rua de acesso a praia de Copacabana foi interditada e centenas se aglomeraram a favor de Jair Bolsonaro. Trios elétricos, cartazes, tumulto e violação das medidas sanitárias de proteção à covid-19 marcaram o protesto carioca.
Em Brasília, cerca de 5.000 pessoas ocuparam o gramado do Congresso Nacional vestindo verde e amarelo, de acordo com deputados aliados ao governo. A PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) divulgou que não fez um levantamento de pessoas no local e que não houve registros de brigas. O presidente Jair Bolsonaro chegou a usar um helicóptero para sobrevoar o local.
Nas duas cidades, as vias de acesso aos atos ficaram engarrafadas. Na capital do País, o Eixo Monumental, que cerca o Congresso Nacional, os Palácios e Ministérios, ficou interditado de veículos e pedestres com a camisa do Brasil. Ainda não há previsão de participação de parlamentares no ato em Brasília.
Já em São Paulo, o protesto começou às 9h em ruas do centro e na avenida Paulista e reúne também deputados favoráveis ao governo. No topo do caminhão de som, discursam apoiadores do presidente e parlamentares, como a deputada Carla Zambelli (PSL).
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, fez um discurso, dizendo que "a raiz do mal está plantada no STF".
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