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Bolsonaro volta a defender voto impresso e ironiza Barroso: 'Dono do mundo'

Do UOL, em São Paulo

06/05/2021 19h57Atualizada em 06/05/2021 23h50

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a aprovação do projeto que quer implementar um "voto auditável", com a impressão de uma espécie de recibo após votação na urna eletrônica, e criticou o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, por ser contrário à ideia — muito porque as urnas utilizadas nas eleições já são auditáveis.

A proposta defendida por Bolsonaro é de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e está parada na Câmara. Recentemente, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), determinou a criação de uma comissão especial para discuti-la, mas nem sua composição, nem a data para instalação foram definidas.

"'Vai criar o caos', diz o ministro Barroso sobre voto impresso. Acho que ele é dono do mundo, o Barroso. Só pode ser. O homem da verdade absoluta, não pode ser contestado. Estou preocupado, se Jesus Cristo baixar aqui na Terra, ele vai ser boy do ministro Barroso. Ninguém aceita mais esse voto que esta aí", disse Bolsonaro durante sua live semanal.

E digo mais: se o Parlamento brasileiro, por maioria qualificada, três quintos da Câmara e Senado, aprovar e promulgar, vai ter voto impresso em 2022 e ponto final. Não vou nem falar mais nada. Vai ter voto impresso, porque, se não tiver voto impresso, é sinal de que não vai ter eleição.
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em live de 6/5/2021

As declarações do presidente são uma reação à entrevista feita ontem por Barroso à GloboNews. O ministro demonstrou preocupação após movimentações políticas a favor da criação do "voto auditável", que, segundo ele, poderia levar à judicialização do resultado das eleições.

"O se verificou é o que o discurso dos políticos foi mudando. Primeiro queriam cédulas, depois queriam voto impresso e, agora, querem voto auditável. Eu acho, sim, que o voto impresso vai criar um risco imenso de judicialização do resultado das eleições", avaliou Barroso.

Urnas são seguras

Além de auditáveis, as urnas são testadas com regularidade sobre sua segurança. Já foi constatado que os dados principais são invioláveis e não podem ser infectados por vírus que roubem informações.

O TSE afirma que não há indícios de fraude em eleições desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram adotadas.

Adicionalmente, segundo a Constituição, qualquer alteração no processo eleitoral deve ser aprovada ao menos um ano antes da votação. Isso significa que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) apoiada por Bolsonaro precisa passar pelo Congresso até outubro deste ano para ser aplicada às eleições de 2022.