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Renan é contra CPI ouvir filhos do presidente "por enquanto"

Relator da CPI quer evitar que comissão aparente “pessoalização da investigação” - Reprodução/UOL Entrevista
Relator da CPI quer evitar que comissão aparente “pessoalização da investigação” Imagem: Reprodução/UOL Entrevista

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

08/05/2021 15h49

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que os filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não devem ser ouvidos pela comissão "por enquanto". Ele fez as afirmações no início da tarde deste sábado (8), numa conversa transmitida ao vivo com advogados do grupo Prerrogativas.

"Quanto aos filhos do presidente, acho que nós não devemos, por enquanto, convocar, para evitar aquilo que eles tentam demonstrar todos os dias, de que nós queremos desgastar a família e que há uma pessoalização da própria investigação", argumentou Renan, ao responder se o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) deveria prestar depoimento.

Ao contrário, o senador defendeu a convocação do ministro da Justiça, o delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres. Em entrevista à revista Veja, ele disse que solicitaria informações de investigações sobre desvios de verbas no combate à pandemia de coronavírus em estados e prefeituras.

"O ministro da Justiça nos vamos chamar", disse Renan na transmissão ao vivo. "A entrevista que ele deu à revista Veja devia ser algo impublicável. Admitir-se utilizar a Polícia Federal como polícia política não pode acontecer. O ministro da Justiça não deveria ousar tanto. Por isso, é muito importante a sua convocação."

Segundo Renan, a CPI é um espaço para que o governo e o presidente Bolsonaro possam explicar o que aconteceu na pandemia e por que razão há mais de 400 mil mortos no país. Irônico, ele afirmou que o presidente poderá esclarecer porque entra em atritos com a China, que são fornecedores de insumos para vacinas. "Precisamos pôr a termo irresponsabilidade", afirmou o relator da comissão parlamentar de inquérito.