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Além de Wajngarten, diretor da Secom também fez 'campanha' negacionista

Jair Bolsonaro e Mateus Colombo - Reprodução
Jair Bolsonaro e Mateus Colombo Imagem: Reprodução

Carla Araújo e Juliana Dal Piva

Colunistas do UOL, em Brasília e no Rio

13/05/2021 04h00

Apesar de o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten dizer à CPI que não se lembra se foi a Secom que realizou a campanha publicitária contra o isolamento social em março do ano passado, um outro integrante da pasta subordinada a Wajngarten, Mateus Colombo Mendes, também usou suas redes sociais para campanhas negacionistas.

Mendes foi nomeado em março de 2020 para exercer o cargo de diretor do Departamento de Conteúdo e Gestão de Canais Digitais da Secretaria de Imprensa. Em uma de suas postagens, Colombo critica o uso da máscara como proteção e diz que aqueles que acreditam que o acessório é eficaz contra o coronavírus são "trouxas".

Depois, continuou: "se você usa esse pano ridículo na cara por iniciativa própria, sem que um infeliz assalariado te peça, constrangido por obrigação, para colocar essa merda, você é o esterco que aduba a merda que nos sufoca", escreveu o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo fontes do governo, Mateus foi um dos responsáveis pela campanha na época, com o aval de seu chefe Wajngarten.

Com um salário de pouco mais de R$ 13 mil, o ainda auxiliar de Bolsonaro se define como "olavista e bolsominion" e passou a cuidar dos canais digitais da presidência antes mesmo de sua nomeação oficial para o cargo.

Post - Reprodução - Reprodução
Post de Mateus Colombo em que ele critica o uso de máscara
Imagem: Reprodução

Críticas a governador

Além de discursos negacionistas, Mateus Colombo também costuma divulgar em suas redes sociais críticas à postura de governadores tidos como possíveis adversários do presidente Bolsonaro.

Algumas mensagens rebatendo declaração do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), por exemplo, usam palavrões para rebater alertas de Leite com a possibilidade da segunda onda da doença, que acabou acontecendo e elevou drasticamente o números de óbitos por conta da covid.

"O canalha não encontrará limites para manter-se no rumo da insensatez, da manipulação", escreveu o assessor de Bolsonaro, com mais palavrões dirigidos ao governador.

O UOL procurou Colombo para comentar suas postagens negacionistas e com ofensas ao governador, mas não obteve retorno.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.