Promotora que apoiou Bolsonaro pede para deixar investigação sobre Flávio
A promotora de Justiça Carmem Eliza Bastos, do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), pediu para deixar o inquérito que investiga o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por suposto crime de falsidade ideológica.
Em nota enviada ao UOL, o MP-RJ informou que Carmem "solicitou a designação de outro promotor eleitoral para o caso tendo em vista que, após analisar a investigação, concluiu pelo acerto do pronunciamento dos três promotores eleitorais que promoveram o arquivamento do inquérito policial" por entenderem que o senador não cometeu crime. A informação foi inicialmente publicada pelo jornal O Globo.
"Assim, considerando-se que sua designação foi por delegação para dar prosseguimento às investigações, e com base no fundamento do princípio da independência funcional que norteia a atuação de todo os membros do MPRJ, a citada promotora optou por não atuar no caso", diz a nota.
Ainda segundo o MP-RJ, uma nova promotora foi designada para o caso. "Assim, vale complementar que o referido procedimento deu entrada na nova Promotoria Eleitoral na quarta-feira (12/05), e já está sendo analisado pela promotora Miriam Chor. O prazo indicado para a manifestação é até 24/05."
Em 2019, fotos de Carmem vestindo camiseta de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram divulgadas nas redes sociais. Mais tarde, ela pediu afastamento da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) ao alegar que foi alvo de ataques ideológicos. Além disso, Carmem foi madrinha de casamento de Luciana Pires, advogada de Flávio Bolsonaro.
Em março de 2021, a promotora informou que não via empecilho em atuar na ação envolvendo Flávio mesmo com a proximidade com a advogada do senador.
O inquérito apura se houve falsidade ideológica eleitoral nas declarações de bens de Flávio na campanha para deputado estadual em 2014.
A investigação em questão mira a declaração de valores diferentes atribuídos a um mesmo apartamento em Laranjeiras, na zona sul do Rio, nas prestações de contas entregues por Flávio à Justiça Eleitoral em 2014 e 2016.
*Com informações do Estadão
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