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Josias: Não existe hipótese do STF pedir abertura de ação contra Toffoli

Do UOL, em São Paulo

17/05/2021 10h28Atualizada em 17/05/2021 11h49

O colunista político do UOL Josias de Souza disse hoje que não existe hipótese do STF (Supremo Tribunal Federal) determinar a abertura de ação penal contra o ministro Dias Toffoli, acusado pela PF (Polícia Federal) de receber R$ 4 milhões pela venda de duas sentenças.

Ontem, o ministro Edson Fachin, do STF, autorizou a PF a usar dados de duas operações relacionadas à Lava Jato do Rio em uma apuração preliminar que apura crime de corrupção por Toffoli.

"O STF transformou a blindagem do ministro Dias Toffoli num processo de desmoralização da própria instituição. Não existe hipótese do Supremo determinar a abertura de ação penal contra ele por conta de acusações feitas pelo delator e mega corrupto Sérgio Cabral", afirmou Josias ao UOL News.

Ainda segundo o colunista, o STF foi "acossado" pela PF, pela imprensa, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pelas redes sociais. "O Supremo tende a assumir uma posição defensiva e alguns ministros recorrem à velha tática de transformar a crítica, a desaprovação, numa ameaça ao Supremo".

Ele ainda diz que o STF tem que ser transparente. "Se não tem fundamento essa acusação, Toffoli tem que vir a público dizer".

Saiba quais são as acusações

Em relatório, a PF elenca documentos que, segundo delegados, corroboram a acusação de Cabral de que o ministro Toffoli recebeu R$ 3 milhões para beneficiar o prefeito de Volta Redonda (RJ), Antônio Francisco Neto (MDB).

A PF usa, por exemplo, e-mails apreendidos nas operações Calicute e Boca de Lobo para mostrar que o ex-secretário de Obras do Rio Hudson Braga se reuniu várias vezes com José Luiz Solheiro.

Braga seria o responsável por operacionalizar os pagamentos a Toffoli, segundo delação de Cabral. Já Solheiro teria intermediado o contato entre o ex-governador e o ministro, por meio de sua mulher, a advogada Roberta Rangel.

A PF também se vale de conversas por aplicativo de celular entre Braga e Solheiro.

Em 27 de abril, a PF elaborou outro relatório em que usa mais informações cujo acesso foi autorizado por Fachin. Dessa vez, o material teria relação com suposta venda de uma decisão por Dias Toffoli, pelo valor de R$ 1 milhão, que suspendeu a cassação da então prefeita de Bom Jesus de Itabapoana Branca Motta (MDB).

Uma das supostas provas é um e-mail enviado em 18 de novembro de 2015 em que Branca Motta pede apoio a Cabral para a fase final do seu processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que, na época, era presidido por Toffoli.