'Quem está sentado aqui é um homem comum', diz Pazuello à CPI da Covid
O ex-ministro Eduardo Pazuello abriu o depoimento à CPI da Covid, na manhã de hoje, com declarações sobre a história de sua família e afirmou que ele "é um homem comum" diante dos senadores do colegiado.
O ex-membro do governo, que comandou a pasta da Saúde durante a fase mais crítica da pandemia, presta esclarecimentos sobre eventuais erros do Executivo, por ação ou omissão, no enfrentamento à crise sanitária.
Senadores, inicio minhas considerações dizendo que quem está aqui sentado hoje é um homem comum; um filho que perdeu sua mãe muito cedo e que perdeu seu pai há pouco tempo.
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde
Questionado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre
suas credenciais para assumir o ministério, Pazuello disse ter tido experiências nessa área durante a carreira militar e lembrou que outros ex-titulares do cargo —como o senador José Serra (PSDB-SP)— também não tinham formação em medicina."Me considero plenamente apto a exercer um cargo de Ministro da Saúde. E lembro que nós tivemos aí, nas últimas duas décadas, quatro, cinco, seis ministros, se eu não me engano, quatro ministros, que não tem absolutamente nada com ligação com a saúde."
General de Exército da ativa, Pazuello optou por não usar farda durante o depoimento —que ocorre de forma presencial, na sede do Congresso Nacional. Ele usa uma máscara cirúrgica e não retirou o item de proteção ao começar a falar. A audiência teve início por volta das 9h.
Durante a semana, articuladores do Palácio do Planalto e militares próximos a Pazuello cogitaram a possibilidade de que o ex-ministro fosse fardado ao embate com o Senado. Há um clima de pressão contra o ex-ministro, que deixou o cargo sob críticas de diversos setores em relação ao seu trabalho.
Durante o texto que leu na abertura das atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito, Pazuello disse que, inicialmente, tinha o intuito de passar apenas 90 dias à frente do Ministério da Saúde e que pretendia voltar ao Exército em seguida.
Ao longo de toda a sessão, Pazuello terá o direito de não responder aos questionamentos que possam levá-lo a produzir provas contra si mesmo.
A gestão de Pazuello durou entre 16 de maio de 2020 e 23 de março de 2021. O ex-ministro deve ser questionado ao longo do dia principalmente em relação ao agravamento da crise sanitária no Amazonas e a falta de oxigênio para os pacientes internados.
* Colaborou Ana Carla Bermúdez
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