Ex-deputado Jean Wyllys anuncia saída do PSOL e filiação ao PT
Após cerca de onze anos no partido, o ex-deputado federal Jean Wyllys, 47, anunciou hoje a sua saída do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e a filiação ao PT (Partido dos Trabalhadores) em entrevista concedida à revista Veja. Um evento online para o anúncio oficial está previsto para ocorrer na próxima segunda-feira (24). Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff devem participar do encontro virtual.
"Só quero saber do que pode dar certo. Não tenho tempo a perder", resumiu ele, nas redes sociais. O PT, por sua vez, deu as boas vindas ao novo integrante do partido.
Durante a entrevista, Wyllys demonstrou entusiasmo com desempenho de Lula nas pesquisas eleitorais e disse que a esquerda precisa se unir para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"As pesquisas mostram que Lula é o único capaz de tirar Bolsonaro do poder. Agora é hora formar uma frente democrática, não fragmentá-la", avaliou. Na semana passada, o Datafolha divulgou pesquisa que mostra Lula com 41% das intenções de voto no primeiro turno, enquanto Bolsonaro tem 23%. Em um eventual segundo turno, o petista derrotaria o atual presidente por 55% a 32%.
Questionado pela publicação, Wyllys disse que não pretende voltar a se candidatar a um cargo eletivo nem vislumbra ser nomeado para cargos no governo de Lula, caso seja eleito.
"Da política ampla não vou sair nunca, até porque sou um estudioso que analisa o que vem acontecendo no Brasil, mas não tenho o desejo de voltar a concorrer. Hoje, o que quero é ajudar a reconstruir o Brasil e abraçar a minha mãe."
Em 2019, Wyllys decidiu abrir mão do novo mandato legislativo devido a quantidade de ameaças que vinha recebendo. Segundo ele, o número de mensagens hostis aumentou consideravelmente depois do assassinato de sua correligionária Marielle Franco, no Rio, em março de 2018. Desde então, o então parlamentar vivia sob escolta policial.
Após deixar o cargo, Wyllys foi morar fora do Brasil, mas o seu paradeiro se tornou uma incógnita durante algum tempo. Agora vive na Espanha, onde se dedica ao doutorado em Ciências Política na Universidade de Barcelona.
"Há quem diga que renunciei ao meu terceiro mandato e saí do país porque quis, mas a verdade é que estava sendo vítima de uma série de ataques. Fui obrigado a deixar o país porque a Marielle, minha amiga e companheira de partido que vivia na mesma cidade que eu, foi executada sem receber uma ameaça de morte sequer e eu tinha várias delas. O exílio tirou de mim o convívio com os amigos e a família", ressaltou ele.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.