Aplicativo que recomendava cloroquina foi alvo de hacker, diz Pazuello
O ex-ministro Eduardo Pazuello disse hoje na CPI da Covid que a plataforma TrateCov, criada pelo Ministério da Saúde para recomendar o uso de cloroquina —medicamento sem eficácia científica comprovada— para combater a covid-19 foi hackeada.
O general do Exército afirmou que, ao tomar conhecimento do fato, pediu para que as instruções aos médicos para prescrição do medicamento fossem retiradas do ar.
Foi hackeado e puxado por um cidadão. Existe um Boletim de Ocorrência, uma investigação, que chega nessa pessoa. Ele foi descoberto, pegou esse diagnóstico, alterou com dados la dentro e colocou na rede pública. Quem colocou foi ele. Tem todo o boletim de ocorrência
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde
Esse é o segundo dia de depoimento do ex-membro do governo, que iniciou a oitiva ontem (19). A audiência foi interrompida depois de mais de sete horas de duração devido à abertura da Ordem do Dia.
Nesse período, o depoente se sentiu mal e teve uma síndrome vasovagal, de acordo com o relato do senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico e deu assistência imediata ao ex-ministro.
Ao ouvir o depoimento, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou que essa é "mais uma revelação" trazida à tona pela Comissão Parlamentar de Inquérito. O parlamentar disse que as informações repassadas por Pazuello neste segundo dia de oitiva reforçam a necessidade de "explicar o que aconteceu".
Durante audiência realizada ontem (18), o ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou que o "TrateCov", aplicativo do Ministério da Saúde que recomendava o uso de cloroquina até para bebês, foi idealizado por Mayra Pinheiro.
A informação deu munição aos senadores da oposição, que aproveitam o gancho para pressioná-la a falar mais sobre o tema no depoimento de hoje.
A plataforma TrateCov foi tirada do ar em janeiro deste ano, depois que médicos, especialistas e autoridades em vigilância sanitária criticaram a ferramenta. O sistema chegou a ser lançado oficialmente por Pazuello e Mayra durante o período em que eles estiveram em Manaus.
Na ocasião, o Ministério da Saúde alegou que o aplicativo havia sido "invadido e ativado indevidamente" e disse que a retirada foi "momentânea". "Informamos que a plataforma TrateCOV foi lançada como um projeto-piloto e não estava funcionando oficialmente, apenas como um simulador."
* Com Ana Carla Bermúdez, colaboração para o UOL.
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