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Novo prefeito de São Paulo diz que ficará fora de articulações para 2022

Ricardo Nunes (MDB), que assumiu a prefeitura de São Paulo, em foto ao lado de Bruno Covas (PSDB), vítima de um câncer neste domingo (16) - Reprodução da internet
Ricardo Nunes (MDB), que assumiu a prefeitura de São Paulo, em foto ao lado de Bruno Covas (PSDB), vítima de um câncer neste domingo (16) Imagem: Reprodução da internet

Do UOL, no Rio

22/05/2021 13h05

Recém-empossado prefeito de São Paulo após a morte de Bruno Covas (PSDB), Ricardo Nunes (MDB) afirma que não participará de nenhum tipo de articulação visando as eleições de 2022. Ele ressalta, entretanto, que defenderá que seu partido "esteja em uma linha que não seja dos extremos, nem na extrema esquerda nem na extrema direita".

Nunes disse ainda que pretende manter a composição do secretariado escolhido por Covas e discordou que lhe falte capital político para governar a maior cidade do país por não ter sido eleito prefeito. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal "O Globo".

Segundo o novo prefeito, não é seu papel neste momento participar de articulações visando a disputa pela Presidência da República e pelo governo do estado de São Paulo.

"Não vou interferir neste ano em relação a nada eleitoral. Vocês não verão nenhuma agenda minha para discutir qualquer composição eleitoral, seja para um lado ou outro. Vou defender, naturalmente, que meu partido esteja em uma linha que não seja dos extremos, nem na extrema esquerda nem na extrema direita", afirmou.

Apesar de ter sido eleito em uma chapa encabeçada pelo PSDB, o emedebista, contudo, deixa uma porta aberta para que seu partido negocie com o PT. Ele afirmou não considerar que o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja de extrema-esquerda.

Ao contrário do que fazia Covas, Nunes evitou fazer críticas contundentes ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). Criticou a condução do governo federal na pandemia, mas fez um contraponto ao elogiar a suspensão da cobrança das dívidas de municípios.

"Acho que é uma falha muito grande negar toda essa questão da pandemia e da vacina. Reconheço também que ele ajudou os municípios ao prorrogar a dívida com a União. A cidade de São Paulo mesmo deixou de pagar R$ 800 milhões. E teve algumas coisas que foram feitas, como o auxílio emergencial. O valor foi pouco", afirmou.

Ricardo Nunes disse ainda considerar que o discurso de Bolsonaro "foge um pouco da defesa da democracia".

Gestão de continuidade

O novo prefeito diz que "não tem nenhuma ideia de mudar" a composição do secretariado.

"Entendo que para entregar todos os compromissos que fizemos, é melhor manter esta equipe. Se não atender o que a gente planejou, aí obviamente eu vou trocar secretário, mas por uma questão de gestão", avaliou.

Nunes descartou a possibilidade de migrar para o PSDB —que venceu as últimas duas eleições para a prefeitura de São Paulo— e afirmou que não lhe falta capital político para governar.

"Fui escolhido vice-prefeito em uma coalizão de dez partidos, isso não é capital político? Fui eleito com 30 mil votos e reeleito com 55 mil votos. Se o Bruno Covas me escolheu em uma composição de dez partidos, não é possível que não signifique capital político", retrucou.