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Petista afaga Doria: "Não dá para comparar com quem dá cloroquina a ema"

Do UOL, em São Paulo

27/05/2021 19h22Atualizada em 27/05/2021 22h06

Apesar de divergências políticas, o senador petista Humberto Costa (PE) deixou hoje na CPI da Covid a rivalidade de lado e elogiou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por sua iniciativa ao adquirir doses de vacina contra o coronavírus e criticou a atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia.

"Tenho muitas divergências com ele; essas divergências não vão deixar de existir. Mas, enquanto ele estava batendo na mesa querendo vacina, o de cá estava oferecendo cloroquina a uma ema. É uma diferença grande", disse Costa, referindo-se à imagem em que Bolsonaro aparece com uma caixa de cloroquina e apontando para emas que vivem no Palácio do Planalto.

Durante a sessão, que contou com a presença do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, Doria também foi elogiado por outros parlamentares, como o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).

"Parabéns ao governo do Doria", dizia Aziz, antes de ser interrompido pelo senador bolsonarista Marcos Rogério (DEM-RO), três vezes seguidas. "Então, os meus agradecimentos ao Dr. Dimas Covas, e também quero registrar meu agradecimento ao governo de São Paulo, ao senador Imbassahy, ao governador Doria, por todos esforços que foram feitos", acrescentou Aziz, no fim da sessão.

Parlamentares que compõem a bancada governista também fizeram várias menções a Doria, considerado rival político do presidente Bolsonaro e virtual candidato à Presidência nas eleições do ano que vem.

O senador Marcos Rogério, por exemplo, chamou Doria de "politiqueiro" ao citar supostos recursos enviados pelo governo federal.

"Somente no contrato 05, de 2021, estão envolvidos mais de R$ 2,6 bilhões do governo federal, ou seja, é o governo federal que está pagando a conta desse processo todo que o Governador João Doria claramente utilizou e utiliza para fins meramente políticos. Políticos não, politiqueiros. Não ouvi falar em vidas, não ouvi falar na preocupação humanitária. Está preocupado com a imagem pessoal", afirmou ele.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.