Dimas: É preciso vacinar 97% das pessoas em risco para frear disseminação
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse hoje que é preciso vacinar ao menos 97% das pessoas em risco para frear a disseminação do coronavírus no Brasil. A declaração ocorreu durante sessão da CPI da Covid, no Senado, que investiga ações do governo federal em meio à crise sanitária.
Após questionamento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), sobre como a vacinação influencia na curva de contaminação, Dimas citou resultado preliminar de estudo realizado pelo Butantan em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), em Serrana (SP). A cidade de 45.664 habitantes, na região de Ribeirão Preto, tornou-se a primeira do Brasil com praticamente toda a população com mais de 18 anos vacinada com as duas doses.
"Nós fizemos um estudo, e é inédito no mundo, em uma cidade do interior de São Paulo chamada Serrana (SP), cidade de 45 mil habitantes, com 30 mil adultos de 18 anos ou mais. Vacinamos 97% dessa população (adulta) com as duas doses e acompanhamos isso no tempo. Nessa semana, será feito o relatório final, mas eu posso já dizer ao senhor que lá, o número de casos em idosos caiu 70% após a aplicação da segunda dose", afirmou Dimas.
"E não só na população de idosos, em toda a população vacinada, isso vem caindo progressivamente. Mostrando que o efeito da vacina, quando se vacina em massa, ele é de fato um efeito direto sobre a evolução da epidemia. E é esse o objetivo. Enquanto não houver essa vacinação de 97% das pessoas em risco, como foi o caso lá em Serrana, nós não vamos ter esse decréscimo natural da epidemia. Ela poderá ficar sofrendo essas idas e vindas, principalmente quando surge uma variante nova", concluiu.
Durante a aplicação das 55 mil doses, foram registrados 46 eventos adversos, entre eles a morte de seis pessoas, mas, segundo Palácios, os óbitos não foram relacionados à vacinação. Cinco pessoas tinham tomado uma dose, enquanto a sexta vítima havia recebido as duas doses, quando já estaria infectada.
No mesmo período, houve 14 óbitos entre os não vacinados, o que, segundo ele, já pode indicar que a vacina protege.
Assim que for concluído o relatório final, os estudos serão colocados à disposição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da comunidade científica.
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