Topo

Esse conteúdo é antigo

Perfil removido pelo Facebook foi acessado da casa de Bolsonaro, diz jornal

Colaboração para o UOL

07/06/2021 13h23Atualizada em 07/06/2021 18h22

Uma das contas falsas derrubadas pelo Facebook em junho do ano passado foi acessada da casa da família do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, e de dentro do Palácio do Planalto, segundo reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo.

As informações constam em um relatório da PF (Polícia Federal) feito durante as investigações do chamado inquérito dos atos antidemocráticos, aberto em abril do ano passado.

A PF analisou 80 contas consideradas inautênticas, com postagens que defendiam a volta da ditadura militar, a organização de atos antidemocráticos e ataques a instituições. A investigação usou como base um relatório produzido pela Atlantic Council, organização que analisa perfis desse tipo.

Segundo o relatório obtido pelo O Estado de S.Paulo, pela localização dos IPs dos computadores, foi concluído que ao menos 1.045 acessos aos perfis inautênticos partiram de órgãos públicos, incluindo a Câmara, o Senado, o Exército e os endereços ligados ao presidente.

A PF identificou que uma conta chamada "Bolsonaro News" no Instagram foi acessada mais de cem vezes do Palácio do Planalto entre novembro de 2018 e maio de 2019. Já na casa de Bolsonaro no Rio, os acessos foram feitos em novembro de 2018. Segundo a Atlantic Council, a página usa memes para atacar ex-aliados do governo.

O perfil pessoal no Facebook de Tércio Arnaud Thomaz, assessor do presidente, também foi acessado. O relatório da organização aponta que muitas postagens foram feitas durante o horário de trabalho, o que pode indicar que Arnaud era o responsável.

À PF, o Facebook afirmou que derrubou essas e outras contas por "operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos". "Isso pode ser particularmente preocupante quando combinam técnicas enganosas com o poder de um Estado", disse a empresa.

O jornal O Estado de S.Paulo entrou em contato com a Secretaria de Governo da Presidência, com o gabinete de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e com o Exército, mas não houve manifestação até a publicação da reportagem.