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CPI da Covid quer que documentos sigilosos do governo sejam reclassificados

Thaís Augusto e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em São Paulo e em Brasília*

09/06/2021 10h23Atualizada em 09/06/2021 10h50

Os senadores da CPI da Covid discutem hoje a reclassificação de alguns documentos sigilosos. Informações bancárias, fiscais e documentos sobre segurança nacional e de interesse do estado brasileiro permanecem sob sigilo e são protegidos por lei.

A discussão começou com um pedido do senador Eduardo Girão (Podemos-CE). Ele relembrou que a CPI espera receber amanhã o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e que há necessidade de "acessar alguns dados do Amazonas para formular perguntas". Segundo Girão, o sigilo pode atrapalhar os trabalhos da CPI.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que a classificação pode prejudicar o aprofundamento da própria CPI. "Não se pode concordar com a classificação ilegal, sem sustentação judicial para os sigilos". Presidente da comissão, presidente Omar Aziz (PSD-AM), concordou que há um número excessivo de documentos sigilosos.

Para a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), o envio de documentos sigilosos "parece uma estratégia" para dificultar o acesso da imprensa, por exemplo. "Tem uma série de limitações. Precisamos ter um olhar claro para evitar essas manobras".

*Colaborou Ana Carla Bermúdez

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.