Topo

Esse conteúdo é antigo

Senadores Otto Alencar e Marcos Rogério discutem na CPI: 'Não seja covarde'

Thaís Augusto e Lucas Valença

Do UOL, em São Paulo e Brasília

09/06/2021 10h45Atualizada em 09/06/2021 11h34

Os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Marcos Rogério (DEM-RO) discutiram hoje ao votar na CPI da Covid requerimento para convocação de Franciele Fantinato, coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunização), que deve prestar depoimento sobre a vacinação de gestantes.

A discussão começou após Otto Alencar dizer que os senadores Marcos Rogério e Luís Carlos Heinze (PP-RS) são contra a investigação da morte de parturientes. Marcos Rogério rebateu e o chamou de "covarde".

"Não seja covarde. Você sabe o respeito que eu tenho por Vossa Excelência, mas não faça isso", atacou.

Neste momento, o senador Otto Alencar se levantou e apontou o dedo ao parlamentar. Fora dos microfones, afirmou que quem é covarde é "quem está no governo". "Quem tem coragem está contra o governo", enfatizou.

Com a discussão acalorada, a sessão foi interrompida em seguida. Ao retomarem os trabalhos, os senadores do colegiado aprovaram as novas convocações. Entre elas, está a do deputado Osmar Terra (MDB-RS), que já chegou a defender o uso de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento da Covid-19, como a Cloroquina e a Ivermectina.

A oposição e os considerados independentes do colegiado querem saber se o ex-ministro da Cidadania integrou o chamado "gabinete paralelo" da saúde, que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia do novo coronavírus.

Hoje, a CPI escuta o coronel Elcio Franco, ex-número dois do Ministério da Saúde durante a gestão de Eduardo Pazuello. O depoimento do militar estava inicialmente previsto para acontecer no dia 27 de maio.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.