Doria diz que Bolsonaro só prejudicou e ataca: SP não é terra da cloroquina
Ao anunciar a antecipação do calendário da vacinação em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dizendo que o adversário político "só prejudicou" o estado e o Brasil durante a pandemia do novo coronavírus.
Doria não respondeu diretamente os ataques que Bolsonaro direcionou ao governador durante passeio de moto por São Paulo ontem, mas permeou seu discurso com indiretas.
"Em São Paulo, nós vamos vacinar. Aqui não é a terra da cloroquina, aqui é terra da vacina", disse Doria, referindo-se à insistência de Bolsonaro com a cloroquina, remédio ineficaz no combate ao novo coronavírus.
Ontem, Bolsonaro 'regeu' coro de apoiadores que xingavam o governador e chegou a chamá-lo de ditador em discurso após o passeio de moto. O presidente também voltou a defender tratamento ineficaz contra o coronavírus e distorceu dados para dizer que pode ter ocorrido supernotificação de mortes por covid-19 no Brasil, quando na verdade especialistas apontam subnotificação. Doria respondeu indiretamente.
Que triste é o país que tem que combater o vírus e que tem que combater também o vírus da displicência e negacionismo
João Doria, governador de São Paulo
Já no final da entrevista, o governador atacou diretamente o presidente ao falar sobre o papel do Governo Federal na vacinação. "O presidente nunca ajudou São Paulo ao longo da pandemia, só prejudicou. Não só São Paulo, mas o Brasil", disse.
Doria ainda disse que parte das mais de 480 mil mortes por covid-19 no Brasil "se deve à atitude negacionista e criminosa do presidente da Republica" e disse que o Ministério da Saúde cumpriu apenas sua obrigação ao comprar vacinas.
"O que fez sim (para ajudar) foi o Ministério da Saúde através do SUS, que faz há 50 anos e é comprar vacinas. E comprar vacina não é nenhuma ajuda, é obrigação", disse.
"Vítima do negacionismo"
Doria também criticou indiretamente Bolsonaro ao lamentar a morte de Domingos Fraga, diretor de jornalismo da Record que morreu de covid-19.
"Mais uma vítima do negacionismo, mais uma vítima daqueles que negam a pandemia, que pregam o ódio e se distanciam da compaixão, vida e amor", disse, antes de elogiar trabalho da imprensa no que chamou de um "país contaminado por fake news".
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