Denúncias de violência contra idosos cresceram 46% na pandemia, diz Damares
A ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que o número de denúncias de violência contra idosos cresceu 46% em 2020, durante a pandemia de covid-19.
Em entrevista ao programa Opinião no Ar, na RedeTV, a ministra falou sobre o Junho Violeta, mês de combate à violência contra a pessoa idosa. Segundo Damares, o Disque 100 - canal que recebe denúncias de violações de direitos humanos - registrou um aumento da violência física, sexual e patrimonial contra idosos no ano passado.
"Quando o canal Disque 100 faz a contagem da violência sexual e traz o recorte dos idosos, é de assustar", disse. A ministra afirma que o número de estupros contra idosos também cresceu nesse período, mas que ainda há medo de denunciar.
"A idosa e o idoso não denunciam a violência sexual porque ficam com muita vergonha. Geralmente o agressor é um filho, um neto, sobrinho, cuidador, vizinho, alguém que está muito próximo. E o idoso tem medo de denunciar porque vai ficar abandonado", explicou.
Indenização a ex-militares
Em entrevista à RedeTV, Damares também falou sobre as indenizações concedidas a ex-militares da FAB (Força Aérea Brasileira) por perseguição política na época da ditadura.
No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a revisão dos benefícios concedidos pela Comissão Nacional de Anistia, ligada à pasta de Damares, a 2,5 mil militares da Aeronáutica.
A ministra, por sua vez, afirmou que houve indenizações indevidas e que, em anos anteriores, criavam-se muitas jurisprudências. "Tanto a comissão militar quanto civil podem pedir indenização. A gente viu indenizações indevidas aos dois", disse.
"De 2,5 mil ex-militares da FAB, cerca de 20% não merecem a pensão que estavam recebendo", declarou Damares. "Se a gente mantiver esses pedidos de indenização, essa comissão nunca vai acabar. Daqui a dois anos nós vamos ter tataranetos dizendo que precisam dessa indenização."
A ministra afirmou que está analisando os casos. No ano passado, o Ministério já havia anulado 295 anistias políticas a ex-cabos da FAB, concedidas com base em uma portaria de 1964. A medida determinava que após oito anos de serviço os militares eram automaticamente desligados, condição dos 2,5 mil submetidos a análise de Damares.
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