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Bolsonaro diz que vai vetar projeto que cria 'passaporte da vacina'

Do UOL, em São Paulo*

15/06/2021 10h01Atualizada em 15/06/2021 12h59

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que vai vetar o projeto que cria o "passaporte da vacina" para quem estiver imunizado contra a covid-19, caso ele seja aprovado pelo Congresso. A proposta avançou no Senado na semana passada e será analisada pela Câmara dos Deputados.

Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada nesta manhã, Bolsonaro criticou a proposta, que, na visão dele, seria obrigar a população a se vacinar. Desde o início da pandemia o presidente se posicionou contra a vacinação obrigatória e ainda não se vacinou contra a covid-19 mesmo fazendo parte dos grupos que já podem se imunizar.

"O que tu acha do passaporte da covid? Teve uma onda ontem aí, estourou nas redes sociais. Sem comentários. A vacina vai ser obrigatória no Brasil? Não tem cabimento", declarou.

Bolsonaro disse não acreditar que o Congresso aprove o projeto, mas que, se aprovar, terá de analisar se derruba ou não o veto presidencial.

"Não acredito que vá passar no Parlamento. Se passar, eu veto e o Congresso vai analisar o veto. Se derrubar, é a lei", afirmou.

Certificado de imunização

O Projeto de Lei 1.674/2021, responsável pela criação do 'Certificado de Imunização e Segurança Sanitária' foi aprovado pelo Senado na última quinta-feira (10) por 72 votos a favor e nenhum contrário da medida.

"De acordo com o texto, o certificado vai permitir que pessoas vacinadas ou que testaram negativo para covid-19 ou outras doenças infectocontagiosas circulem em espaços públicos ou privados onde há restrição de acesso", explica a Agência Senado.

O relator da pauta, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), explicou que o PL visa balancear as medidas restritivas de combate à disseminação da doença impostas na federação com os diretos individuais e sociais dos brasileiros.

Para o relator, o certificado permitirá que a União, estados e municípios tenham informações relevantes e claras que os ajudem a administrar as decisões que restrinjam a circulação de pessoas a serviços ou espaços — públicos ou privados — com o objetivo de restringir a circulação do vírus.

Bolsonaro defende reduzir propaganda de alerta sobre a covid-19

Jair Bolsonaro também defendeu a redução dos investimentos em peças publicitárias com informações sobre a pandemia do novo coronavírus.

"Alguém precisa de propaganda na televisão sobre covid ou todo mundo sabe o que está acontecendo?", perguntou a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, na manhã de hoje.

"Deslocar recursos de um lugar para o outro via medida provisória agora é desviar recursos", disse sobre iniciativa do governo de alocar R$ 30 milhões que seriam destinados à promoção de campanhas contra a covid-19 na execução de outras medidas.

*Com informações da Estadão Conteúdo